Guerras Nunca Feriram Alguém, Exceto Quem Morreu

20.6K 2.3K 4.9K
                                    

Cinco horas depois, Harry estava acordado e de pé outra vez. No momento, ele estava sentado ao lado da cama de Severus Snape, uma mão na testa do Mestre de Poções, a outra sobre a ferida de bala. Severus era um dos reféns mais machucados, a despeito do pouco tempo em cativeiro. Havia algum dano interno, causado principalmente pelo tiro, mas também, provavelmente, por um longo tempo sob a Maldição Cruciatus. Os médicos não podiam lhe prometer que seu cérebro não tinha sido afetado – afinal, muitas pessoas já tinham enlouquecido por causa do feitiço.

Ele estivera sentado ao lado de Severus pela última hora. Depois de acordar, ele tinha achado o caminho pra área de tratamento intensivo, onde várias das vítimas se encontravam. Ele descobriu que Neville já fora levado para outra unidade, já que ele não tinha sofrido nenhuma ferida que apresentasse risco de vida.

A jovem era a em piores condições; a bala no ombro tinha danificado o músculo. Ali, a equipe médica fizera as descobertas mais preocupantes.

- A munição usada foi amaldiçoada. – um medi-bruxo lhe disse. – A que a atingiu foi enfeitiçada pra dificultar muito a cura. Se ficar instalada muito tempo, a ferida pode ser irrecuperável. A cura que você fez nela certamente foi o que salvou seu braço, e talvez até sua vida. As maldições se espalham pelo corpo, impedidndo a cura completa até que a bala seja removida. É uma situação horrenda pra qualquer médico.

Outro medi-bruxo lhe disse alguns minutos depois que Snape fora atingido por uma bala igual. Pouco depois, Harry tinha se posicionado do lado de sua cama, e não tinha saído de lá desde então.

A porta se abriu, e Harry levantou os olhos para achar um loiro familiar parado no batente.

- Draco, - ele disse – o que é que você está fazendo aqui? Era pra você estar em Hogwarts, descansando.

Draco deu de ombros, entrando no quarto. Quando ele alcançou o moreno, ele se largou pesadamente na cadeira ao seu lado.

- Não podia simplesmente ficar parado lá. – ele falou. – Tem gente demais que precisa da minha ajuda.

Harry o encarou antes de lhe oferecer um sorriso pequeno. – Então agora você é Madre Tereza?

- Quem é...?

- Esquece. – Harry disse. – Os médicos ficam felizes com qualquer ajuda que possam receber. As balas estão azaradas pra que os ferimentos não curem direito, ou simplesmente não curem.

- Eu sei, eu falei com um dos médicos. – Draco disse levemente, olhando para Severus. – Ele foi baleado?

Harry assentiu. – E colocado sob Cruciatus.

- Ai. – Draco falou, antes de se levantar. – Eu devia ir ajudar.

- Só vai com calma, tudo bem?

O loiro sorriu pra ele. – Certo.

- Draco?

O rapaz parou e se virou ao ouvir a voz de Harry. – Sim? – ele perguntou.

- Como você sabia? Lá no campo de batalha; você me ajudou.

Draco deu de ombros. – Eu não sei, na verdade. Depois que nós fizemos o feitiço Audiosis, eu de repente podia sentir e ver partes de onde você estava. Eu não sei como fiz isso. Eu não lembro muito do que aconteceu em Hogwarts, também. Dumbledore e Gina parecem ter achado isso normal; eles simplesmente me deixaram fazer aquilo. Deve ter alguma coisa a ver com o Laço do Coração, entretanto.

- Suponho que sim. Bem, o que quer que seja que você tenha feito, obrigado. Eu não acho que teria saído sem um arranhão, ou sequer saído, sem você.

Tempo fora de lugar - Drarry - FINALIZADA Where stories live. Discover now