Quem Te Irrita Te Conquista

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Pérola os acordou cerca de duas horas depois, quase gritando seus pulmões pra fora e assim exigindo que eles a devolvessem para sua mãe. Os dois saíram procurando por Penélope, e a encontraram alguns minutos depois. A bebê se acalmou quase imediatamente. Da curta conversa que tivera com a mãe da pequena ruivinha, ele soube que não era a primeira vez que Draco cuidara da filha de Percy. Ele também descobriu que Percy e Penélope tinham outro filho, um menino de dois anos e meio chamado Peter.

Harry e Draco se despediram de Hermione e Rony, além de mais algumas pessoas, antes de entrarem na lareira para voltarem para casa. Eram mais ou menos umas onze horas quando os dois se afundaram na cama.

Os dias seguintes passaram em paz, como a calmaria que precede a tempestade. Até mesmo o tempo parecia concordar com eles; ele continuava a piorar, mas a grande tempestade ainda estava para cair. Estava chovendo constantemente, e o vento chegara ao ponto de fazer as corujas demorarem o dobro do tempo normal para entregarem uma carta.

Harry fora à loja do Sr. Hanawalt – que tinha sido quase completamente re-estabelecida depois do seqüestro – e matriculou Draco e ele para as aulas para iniciantes. Carl ficara encantado, e lhe perguntara se ele ainda queria a arma que tinha encomendado antes do seqüestro. Harry confirmara, e Carl prometera que colocaria a papelada em ordem novamente. Harry também perguntou como estavam as crianças e se elas gostariam de pagar uma visita qualquer dia.

- Claro! – disse o Sr. Hanawalt – Vá em frente e passe o dia com eles quando quiser!

Draco estava com os nervos à flor da pele, Harry percebeu logo. Ele se irritava com o Garoto-Que-Sobreviveu ainda mais que o normal; então lhe atirava um olhar de desculpas antes de dar as costas e se trancar no quarto. Eles não conversavam muito, e mesmo a pesquisa sobre um jeito de voltar para o tempo certo, Curadores e Laços do Coração, fora posta de lado momentaneamente. Draco andava de um lado para outro pelo apartamento sem descanso enquanto Harry tentava achar um jeito de ajudar o loiro quando a Visão chegasse. Ele não conseguiu achar nada. Ele imaginou o que aconteceria se eles estivessem com uma conexão telepática na hora? Ele poderia dividir a dor com Draco se fosse assim? Seria capaz de aliviá-lo?

Harry não estava muito surpreso com sua vontade ávida por ajudar Draco. No mês que se passara, os dois tinham se aproximado, mesmo que inconscientemente. Mesmo que agora Draco estivesse gritando com ele a cada trinta segundos, ele sabia que não era de verdade. Era só o nervosismo do loiro precisando de um cano de escape. Ele falaria coisas horrendas pra Harry, mandá-lo calar a boca, simplesmente ignorá-lo, mas quando o Garoto-Que-Sobreviveu lhe mostrava isso, ele sempre lhe oferecia um olhar que dizia "desculpe".

Dois meses atrás, Harry teria tachado tudo aquilo como impossível. Claro, dois meses atrás, nada daquilo tinha acontecido.

Era estranho – e um tanto inacreditável – o que um novo mundo, futuro, o que fosse, podia fazer.

Ele estava de pé, olhando pela janela perto da lareira na sala de estar com uma xícara de chá nas mãos. A chuva estava tamborilando contra a janela, nuvens cinzentas carregando o céu. Na rua abaixo, trouxas estavam correndo, todos encharcados. Uma pena que eles não soubessem nenhum feitiço de impermeabilidade.

- Sobre o que você está pensando? – uma voz atrás dele perguntou.

- Tudo. – Harry respondeu.

- Isso é muito sobre o que se pensar. – Draco disse com um sorriso e um chacoalhar de cabeça.

O moreno lhe atirou um olhar. – Como se soubesse o que é isso.

- Eu acho que você acabou de insultar minha capacidade de raciocínio, Sr. Potter. – Draco disse, uma sobrancelha levantada e os braços cruzados sobre o peito.

Tempo fora de lugar - Drarry - FINALIZADA Where stories live. Discover now