Uma Visão de Dor

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Os dias seguintes foram passados descansando. Harry e Malfoy tinham que recuperar suas forças, para então poderem voltar para a guerra contra Voldemort. Eles descobriram que eram Curadores, o que era um tipo de continuação dos medi-bruxos. Ambos podiam curar as pessoas com seu toque.

- É algo com que você nasce, - Dumbledore dissera quando mais uma vez Malfoy se fez de idiota e não entendeu porque nem todos podiam ser Curadores. – Está dentro de vocês. Eu sei que Lílian teria sido uma ótima Curadora se tivesse vivido o suficiente para isso. – ele continuou, triste. – E acredito que é da parte de Narcissa que você ganhou o seu dom. – ele contou a Malfoy.

Dumbledore pareceu perceber que os dois garotos não eram quem eles deveriam ser, por ele não ter pensado duas vezes em responder perguntas sobre coisas que ambos normalmente estariam cansados de saber. Entretanto, ele não disse uma palavra sobre isso.

Eles também descobriram muito sobre o paradeiro de várias pessoas que conheceram em seu próprio mundo – ou seria em seu próprio tempo?

Sirius, padrinho de Harry, ainda estava em fuga pelo crime que não cometera, e continuava fazendo coisas para a Ordem. A Ordem da Fênix era o secreto, mas poderoso grupo de pessoas em quem Dumbledore confiava e reunira ao passar dos anos. Mesmo antes do retorno de Voldemort no fim do quarto ano de Harry (era quase há um ano e meio que isso acontecera, para ele), Dumbledore fora sábio o suficiente para reunir as pessoas em quem mais acreditava para lutar contra o Lord das Trevas caso ele voltasse.

Severo Snape, o Mestre de Poções de cabelo oleoso, era outro membro da Ordem. Ele tinha a Marca Negra, a tatuagem que todos os Comensais da Morte recebiam, por ele realmente ter sido um. Todavia, ele trocara de lado há quase vinte anos, de acordo com o Dumbledore daquele mundo, e agora estava agindo como espião. Esse era um dos serviços mais perigosos na Ordem, motivo pelo qual Severo freqüentemente voltar para casa ferido e quebrado depois de Voldemort aplicar nele a Maldição Cruciatus.

Eles ainda tinham que se encontrar tanto com Sirius como com Severo. Harry não estava realmente ansioso para ver seu mais odiado professor em Hogwarts, enquanto Malfoy não estava realmente ansioso para ver um criminoso em fuga – Sirius. Não importava o quão insistente Harry fora ao tentar, ele simplesmente não conseguiu fazer que Malfoy acreditasse que seu padrinho era inocente. Ao mesmo tempo, Malfoy tentara lhe explicar que o seboso professor de poções não era tão mau quanto todo mundo pensava – e Harry não quis acreditar.

Enquanto isso, Harry e Malfoy se viram atuando nos papéis de amantes. Tudo muito bem, tudo muito certo, mas nada que é bom fica desse jeito por muito tempo. Rony e Hermione ficaram provocando-os e perguntando se eles eram tímidos demais para se beijarem na frente deles, e Dumbledore falava de uma maneira dissimulada, seus olhos brilhando com malícia. Os dois tinham que lutar para manter a farsa de uma relação sadia – amorosa! – entre eles.

Contudo, havia um problema que estava sempre martelando em suas cabeças.

- Como nós vamos voltar para casa? – Malfoy perguntou com sua voz arrastada e preguiçosa, como se ele realmente não se importasse se iam voltar ou não. Harry, que estava se trocando, virou para ele.

- Eu não sei. – ele disse. – Talvez devêssemos dar com a cabeça um no outro e cair inconscientes, e quando acordarmos, vamos estar de volta.

- Eu não acho que isso vá funcionar.

- Não, Malfoy, eu estava sendo sarcástico.

- Oh.

O silêncio tomou conta do quarto de novo, e Harry continuou se vestindo. Se vestir era interessante, porque lá ele tinha que vestir roupas de cores diferentes todos os dias, diferentemente de Hogwarts, onde os alunos eram confinados ao preto. Hoje, Harry decidiu usar vestes verde-escuras que lhe lembravam às vestes de gala que usara no Baile de Inverno do quarto ano. As vestes que ele vestia hoje eram diferentes, porém, porque eram abertas na frente, seguradas pouco acima do seu peito por um broche. Por baixo ele tinha uma camisa branca de gola alta – ela escondia a tatuagem no seu peito – e calças que faziam conjunto com as vestes. Malfoy ainda não sabia sobre a tatuagem, e não havia necessidade de que soubesse. Já era embaraçoso demais como era.

Tempo fora de lugar - Drarry - FINALIZADA Where stories live. Discover now