CAPÍTULO VII

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05/01/2014

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05/01/2014

OLHO PARA meu reflexo, a maquiagem fraca não é capaz de esconder-me as olheiras, todavia eu nunca dei demasiada importância à aparência física.

Não é que eu seja desleixada, apenas creio que não preciso usar dois quilos de maquiagem para ser bonita. Posso o ser ao natural, não?

Saio de meu quarto com um sorriso no rosto, Edoardo me esperava parado, em pé, em frente à porta de seu quarto que; ao que tudo indica, é ao lado do meu.

— Andiamo? — indago o olhando

— Andiamo, ragazza. — ele sorri abertamente e me estende a mão

A pego com prontidão e lhe dou o meu melhor sorriso. Meu italiano está meio enferrujado, só sei frases simplórias, ter um nativo junto a mim, mesmo que ele tenha apenas seis anos, será de grande ajuda e eu ainda poderei conhecê-lo melhor.

Tenho de me lembrar de agradecer meu pai, em alguma oportunidade plausível, por ter ensinado português à Edoardo, isso está facilitando minha vida. Mesmo que seu português seja meio carregado e que ele fique com um sotaque engraçado.

— Para onde quer ir primeiro? — ele me pergunta, seus enormes olhos me olhando com uma expectativa descomunal

— Algo me diz que tens um lugar em mente, bambino. — sorrio minimamente — Dimmi qual è. — ele ri

— Sua pronúncia foi bem engraçada. — meu irmãozinho explica ao perceber que o olhava confusa — Tem um lugar por aqui que vende uma ótima torta caprese. Você gosta de torta caprese, não é?

— Creio que nunca tenha comido antes. — digo sincera e ele me olha tal como se estivesse profanando contra o nome de algum deus no qual ele crê

— Precisamos mudar isso, tipo, agora!

Dito isso, começo a ser puxada estrada a fora por meu meio irmão meio doidinho e minha mente vaga por algumas construções que se tornam completamente disformes aos meus olhos.

As ruas são bonitas, construções antigas misturam-se  com restaurações e novos edifícios, ah, a beleza da antiguidade!

Não que no Brasil não tenham construções antigas maravilhosas, pois ele, obviamente, as tem e são tão lindas quanto as daqui, mas; ainda assim, eu creio que exista magia em Roma, a tornando ainda mais bela do que realmente é.

Ou eu estou apenas tentando encontrar mais motivos para ficar por aqui — o que, devo admitir, é bem provável.

— Por que veio para cá? Tipo, do nada bateu a vontade de conhecer a família de seu pai? Acordou e pensou "ah, hoje me parece um ótimo dia para, finalmente, ir à Roma"? — ele solta ao que paramos de andar e adentramos o estabelecimento

Cartas para RomeuWhere stories live. Discover now