CAPÍTULO XV

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06/01/2014

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06/01/2014

OLHO AO redor, enquanto indago-me como consegui a façanha de me perder numa comuna tão pequena quanto Colleferro. Deveria ter prestado mais atenção nas coisas que me cercavam, talvez... ou menos, visto que certamente deixei que a sorveteria passasse batida aos meus olhos enquanto observava a arquitetura local.

Como pedir ajuda quando você não se lembra, nem o menos, como pedir um sorvete? Era só o que me faltava; certamente este é o preço que estou pagando por não ter continuado a minha maratona de Doctor Who.

O universo deve estar a zombar de minha face neste exato momento; melodramático em demasia, eu sei, mas sinto que, caso fique quieta, poderei ouvir sua gargalhada.

"Quem mandou deixar a maratona de sua série predileta de lado? Toma, trouxa." — meu subconsciente acusa; o que faz-me rolar os olhos em um ato exageradamente clichê

Algumas pessoas passavam por mim e me direcionavam olhares curiosos, todavia nem uma delas ousou oferecer-me ajuda. Todas estavam demasiadamente ocupadas com seus afazeres para dar atenção à uma simples "turista" que aparentava estar perdida. Eu, por minha vez, não ousei chamar a atenção delas, pois não quero atrapalhar suas rotinas.

Apenas atentei-me a olhar para as poucas placas contidas na vizinhança na qual vim parar; todavia isto não foi-me de muita serventia, pois as placas — obviamente — estão em italiano e eu nem ao menos dei-me o trabalho de ler os nomes das ruas enquanto passava por elas.

Apenas não indago se há como a situação piorar, pois, nos filmes e livros, quando os personagens o fazem as coisas tendem à piorar drasticamente. Como naquele filme, onde a garota se encontra perdida numa rua escura e diz que ao menos não está a chover e; magicamente, uma chuva dantesca se faz presente.

Tenho plena ciência de que isto é a vida real, porém não me é garantido que se eu fizer esta famigerada pergunta as coisas continuarão as mesmas, assim como não me é garantido que se a dizer as coisas piorarão. Assim sendo, prefiro não arriscar.

Olho de um lado para outro em busca de orientação, e então a vejo, reluzente e gloriosa; a Parrocchia S. Barbara que me diz, mesmo sendo indiretamente, onde estou. Não estou tão longe da casa de Francesca quanto pensei estar e tal fato me dá um alívio tremendo.

Um suspiro aliviado escapa de meus lábios e um sorriso ladino os adornam enquanto traço meu caminho de volta à casa. Quanto ao sorvete, desisti completamente de tomá-lo após este susto que levei.

Caminho lentamente, desta vez prestando atenção nas placas com os nomes das ruas; afinal, estes nomes me serão bem úteis caso me perca na comuna novamente.

Caminho lentamente, desta vez prestando atenção nas placas com os nomes das ruas; afinal, estes nomes me serão bem úteis caso me perca na comuna novamente

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Cartas para RomeuWhere stories live. Discover now