CAPÍTULO XXII

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08/01/2014

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08/01/2014

É COMPLICADO quando você doa tudo de si em um relacionamento enquanto a outra parte, claramente, não está fazendo o mesmo. Eu dei tudo de mim à Juliet e; em troca, ela acreditou no primeiro burburinho que ouviu citando meu nome.

Eu nunca a trai, seria incapaz de tal ato, não é segredo para ninguém o fato de que eu sempre a amei em demasia; parece-me que o sentimento nunca foi recíproco, afinal. Ou talvez nosso relacionamento estivesse entediante e Juliet estivesse apenas em busca de uma desculpa esfarrapada pra rompê-lo.

O que mais me dói não é o fato de ela ter acreditado em mentiras, mas sim o fato de ela não ter me dado a chance de esclarecer as coisas. A garota terminou comigo e simplesmente desapareceu, assim, do nada e ninguém parece saber onde ela se meteu.

Deveria, eu, dar um tempo à ela no intuito de que melhor espaireça suas ideias? Ou deveria ir atrás dela até os confins da terra no intuito de demonstra-la todo o amor que sinto?

O que seria o certo a se fazer em tal situação?

Meu irmão mais novo disse-me que eu devo dar um tempo à ela, mas, se levarmos em consideração o fato de que ele jamais esteve em um relacionamento sério, Alessandro não é lá a melhor pessoa do mundo para dar-me conselhos amorosos.

Não é mesmo?

Eu fui atrás dela, fui em seu trabalho, em sua casa, na casa de seus e de meus amigos e, ainda assim, não há um indício sequer de onde ela possa estar.

Pergunto-me o que eu fiz — verdadeiramente — à ela para merecer tamanha rejeição. Não se deve tratar quem te ama com uma frieza digna de polo ártico, ao menos, não foi assim que minha mãe me ensinou a amar.

Mamãe, que Deus a tenha, costumava dizer que quando se ama alguém de verdade devemos demonstrar de todas as formas possíveis e eu fiz isso. Fiz isso da forma mais pura e apaixonada que alguém poderia fazer.

Creio, eu, que a vida seja assim, um aglomerado de surpresas, podendo; estas, serem boas ou ruins. Cabe a nós conseguir sair do fundo do poço e nos reerguer das cinzas. Cabe a nós construir nosso próprio destino.

O verdadeiro problema habita na parte em que eu havia escolhido construir meu próprio destino junto de Juliet.

Sinto-me como se meu mundo fosse de Lego e Juliet Montecchio fosse a criança levada que o chutou; espalhando, desta forma, as peças por cantos inimaginavelmente escondidos de uma sala qualquer.

Garanto-lhes que este sentimento não é, nem de longe, bom. É um aperto no coração que fica cada vez mais forte, que dilacera e deprime.

Eu não fiz nada de errado e, ainda assim, estou aqui, sofrendo por amor por alguém que, definitivamente, não me merece.

Cartas para RomeuWhere stories live. Discover now