08/01/2014
É COMPLICADO quando você doa tudo de si em um relacionamento enquanto a outra parte, claramente, não está fazendo o mesmo. Eu dei tudo de mim à Juliet e; em troca, ela acreditou no primeiro burburinho que ouviu citando meu nome.
Eu nunca a trai, seria incapaz de tal ato, não é segredo para ninguém o fato de que eu sempre a amei em demasia; parece-me que o sentimento nunca foi recíproco, afinal. Ou talvez nosso relacionamento estivesse entediante e Juliet estivesse apenas em busca de uma desculpa esfarrapada pra rompê-lo.
O que mais me dói não é o fato de ela ter acreditado em mentiras, mas sim o fato de ela não ter me dado a chance de esclarecer as coisas. A garota terminou comigo e simplesmente desapareceu, assim, do nada e ninguém parece saber onde ela se meteu.
Deveria, eu, dar um tempo à ela no intuito de que melhor espaireça suas ideias? Ou deveria ir atrás dela até os confins da terra no intuito de demonstra-la todo o amor que sinto?
O que seria o certo a se fazer em tal situação?
Meu irmão mais novo disse-me que eu devo dar um tempo à ela, mas, se levarmos em consideração o fato de que ele jamais esteve em um relacionamento sério, Alessandro não é lá a melhor pessoa do mundo para dar-me conselhos amorosos.
Não é mesmo?
Eu fui atrás dela, fui em seu trabalho, em sua casa, na casa de seus e de meus amigos e, ainda assim, não há um indício sequer de onde ela possa estar.
Pergunto-me o que eu fiz — verdadeiramente — à ela para merecer tamanha rejeição. Não se deve tratar quem te ama com uma frieza digna de polo ártico, ao menos, não foi assim que minha mãe me ensinou a amar.
Mamãe, que Deus a tenha, costumava dizer que quando se ama alguém de verdade devemos demonstrar de todas as formas possíveis e eu fiz isso. Fiz isso da forma mais pura e apaixonada que alguém poderia fazer.
Creio, eu, que a vida seja assim, um aglomerado de surpresas, podendo; estas, serem boas ou ruins. Cabe a nós conseguir sair do fundo do poço e nos reerguer das cinzas. Cabe a nós construir nosso próprio destino.
O verdadeiro problema habita na parte em que eu havia escolhido construir meu próprio destino junto de Juliet.
Sinto-me como se meu mundo fosse de Lego e Juliet Montecchio fosse a criança levada que o chutou; espalhando, desta forma, as peças por cantos inimaginavelmente escondidos de uma sala qualquer.
Garanto-lhes que este sentimento não é, nem de longe, bom. É um aperto no coração que fica cada vez mais forte, que dilacera e deprime.
Eu não fiz nada de errado e, ainda assim, estou aqui, sofrendo por amor por alguém que, definitivamente, não me merece.
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Cartas para Romeu
RomanceJuliet Montecchio é parecida com Romeu em muitos aspectos; a começar por seu sobrenome e a terminar com seu amor incondicional por seu namorado que, (in)felizmente, não é um Capuleto. Em meio à brigas, intrigas e traições, a garota passa a deixar c...