CAPÍTULO XXIV

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09/01/2014

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09/01/2014

CHEGAMOS AO parque pouco tempo após deixarmos a casa; é surreal como as coisas em Colleferro são extremamente próximas, creio, piamente, que teríamos demorado — no máximo — uns vinte minutos para chegarmos ao parque caso tivéssemos optado por vir a pé.

É um parque itinerante, daqueles que nunca ficam muito tempo em um lugar específico e, pelo o que Ed e Francesca conversaram em nosso breve percurso, este é o último dia que o parque estará na comuna; depois disso ele vai para Sardenha.

O parque é bonito, bem menor dos que eu costumava ver no Brasil mas, ainda assim, bonito. Ele me transmite um ar de tranquilidade e aconchego; aquele tipo de sensação e magia que apenas lugares pequenos são capazes de nos propiciar.

Descemos do carro e meu irmão pega em minha mão, ainda não me acostumei com tamanha proximidade; tampouco com toda sua vitalidade e curiosidade. Creio que ainda esteja digerindo o fato de ter agido como uma megera sem coração ao saber que teria um irmão, agora parece-me que perdi tanta coisa, que perdi oportunidade de tê-lo visto crescendo, de tê-lo pego no colo quando bebê e cantado uma canção de ninar para que ele dormisse.

Melhor tarde do que nunca. — É o que eu penso enquanto lhe afago a mão

Papai e Francesca conversavam animadamente sobre algo, todavia a conversa deles acabou por ficar em segundo plano enquanto eu me permitia ser puxada por Eddie até a entrada do terreno no qual o parque está montado.

— Eu adoro parques! Você gosta de parques? Mas é claro que você gosta! A chi non piace? — O garotinho fala rápido e acaba se embolando nas palavras de maneira que seu português fique particularmente difícil de ser compreendido

— Respira, bambino. — Digo em um tom divertido

Como dizer a uma criança tão animada que eu não sou a maior fã de parques do mundo? A resposta é simples: não tem como, assim sendo, apenas botei um sorriso enorme no rosto e não disse nada; afinal, o que realmente importa no final de tudo é o tempo que passaremos juntos, não o ambiente em que estaremos.

Edoardo ri, entregado os euros que ganhou de sua mãe mais cedo ao moço e pegando os tickets necessários para ter acesso aos brinquedos do parque.

Papai e Francesca sumiram de vista, tenho a hipótese de que eles estão tentando dar um espaço para que eu e Ed consigamos conversar e fazer coisas que irmãos fazem; se esse for realmente o caso, acho fofo da parte deles.

Meu irmão mais novo fica ajeitando os caracóis de seus cabelos enquanto conversa acaloradamente com um outro garotinho que parece ter sua idade e eu nem ao menos sei de onde surgiu.

Eles aparentam ser amigos, tendo em vista que Eddie soltou-se de minha mão e começou a segui-lo, ao que este sugeriu que — se meu italiano não me falha — adentrassem o parque.

Cartas para RomeuDonde viven las historias. Descúbrelo ahora