(Completa) Sopro Congelante (Todos os passados)

1.O homem por trás da máscara

Atenção: Se você chegou aqui sem ler o primeiro livro, aconselho você a lê-lo para entender melhor o que esta se passando nas cenas a seguir.

O Narrador

A moça de franja permanecia em pé com a arma em mãos. Observou a sua vítima estirada no chão. De longe se podia ver o buraco causado por sua arma. O sangue lentamente encharcava o chão, formando uma pequena poça viscosa. Ela tirou lentamente o batom vermelho da sua boca, e passou em seus lábios, com puro charme e elegância, que apesar de Agatha pensar ao contrário, ela tinha.

Três agentes das Forças Especiais a cercaram gritando palavras de ordens. Valéria colocou de volta o batom na bolsa e estendeu a arma para um dos agentes. Não iria lutar. Não iria fugir. Ficaria para pagar pelo o que havia feito. Sabia que era arriscado ficar, mas sabia que também era arriscado fugir. A cidade estava cercada, e tudo que ela queria era sair dali com vida.

O agente colocou os braços de Valéria para trás, e ela se sentiu ridícula que uma de suas pulseiras caríssimas, hoje seria trocada por algemas. Observou Agatha, que parecia uma estátua ainda no mesmo local. A jovem não deu nem um indicio que iria fugir, parecia que ela nem respirava. Se Agatha era feito de gelo, hoje ela mesma parecia um.

Valéria pensou em sua querida mãe adotiva, imaginando o que isso iria causar em sua vida pacata. Isso seria um escândalo para tão renomada família dos Leicam. Vizinhos e pessoas da alta sociedade fariam fofocas. Ana adotou uma assassina. Já o seu pai, ele diria que Valéria fez o que tinha que fazer. A elegante mulher foi levada para um dos carros das Forças Especiais, foi colocada bruscamente no camburão. Pode olhar uma última vez para o homem de joelhos no chão, ela sinceramente pedia que não fosse a última. Sua cabeça estava abaixada, é claro que ele não conseguiria encarar Agatha, a sua tão pequena e quase assassina.

Max observava escondido atrás de um carro à cena bizarra que acabou de assistir. Confuso ele não entedia como o homem no chão chegou até aqui. O que mais confundiu a sua mente foi o fato de Bia trabalhar nas Forças Especiais. As perguntas perturbavam a sua mente já bagunçada. O que Bia foi fazer no café? Quem ela realmente foi investigar? Eu ou ele? Será que ela desconfiou de mim? Se a reposta fosse um sim, seria melhor fugir.

Com esse seu último pensamento, Max se virou e seguiria em direção a sua moto. Iria até a sua casa, e levaria o seu pai com ele nem que fosse a força. Ele praticou atividades ilegais, sabia que se alguma câmera capturou a sua imagem, ou se alguma pessoa o viu, e o descrevesse, seu fim estaria decretado. Torceu para que a sua amiga tenha feito um trabalho bem feito, ao destruir tudo que funcionasse por energia na cidade. E então ao pensar em sua amiga, uma voz retumbou em seu ouvido:

— Max, vai ajudar a Diana. — Droga, Max pensou.

— Eu sei que essa pergunta é idiota, mas quem está aí?

— Diana se encontra próxima a você, no beco do outro lado da rua. Ela está desacordada, e as Forças Especiais não podem capturá-la. Tem um Corolla preto esperando para resgatar vocês, na próxima esquina. — A voz desconhecido falou, ignorando a sua pergunta.

Max olhou para o local indicado e viu que estava tudo cercado. Balançou a cabeça negativamente, não estava disposto a correr o risco. O sol brilhou forte lá em cima, ele se permitiu olhar para os repórteres confusos, muitos se dissipando, como uma espécie de pânico se formando com o que mais poderia ocorrer em um local minado por mutantes. Muitas lojas estavam destruídas, mas ainda havia uma boa quantidade de civis no local.

Max olhou novamente para direção que deveria seguir. Ficou pasmo ao observar os corpos dos agentes, caindo no chão como um efeito dominó, numa espécie de feitiço do sono. Pensou em quem poderia ter feito aquilo, enquanto ouvia os barulhos das armas também indo de encontro ao chão. Tentara localizar o homem que falou em sua mente, sabia que ele era o responsável pelo poder mutante liberado no local.