5. Aqui jazz Brian Cobb...

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Agatha

Encostada em uma árvore, observo a folha que caíra sobre o meu ombro. Com um sopro, a faço voar, antes de observo ela indo de encontro ao chão. Faz alguns minutos que estou aqui. Alguns minutos desde que apertei o interfone, e Diana disse que iria descer para me atender. Não, ela não me convidou para subir, o que eu achei que era um sinal ruim para o que eu vim fazer ali.

Semicerrei os olhos, ao olhar para cima, o sol estava forte, e parecia ser um dia tranquilo, apesar de ter agentes das Forças Especiais em cada esquina.

Diana abriu a porta que dava acesso ao prédio, e eu quase não a reconheci. Ela usara uns óculos escuros, alisou o cabelo, e fez luzes. Estava muito diferente. Ela tinha medo, medo de ser descoberta, ela tentava se disfarçar, apesar de eu ter certeza que ninguém notou sua presença no local.

Caminhamos em silêncio até a praça da cidade, Diana a maioria das vezes de cabeça baixa.

— Você está muito paranoica. — Disse eu. Esperava que ela não tenha levado o que eu disse como uma ofensa. — O André já resolveu.

— E você acha mesmo que não houve nenhuma falha? — Ela piscou, confusa, pensativa. Ela tinha um olhar diferente. Como se aquela pacata e gentil Diana não existisse mais.

— Bom, só o tempo dirá.

— Então você acha que houve?

— André não é perfeito. Sinto muito, Diana, de ele ter te metido nessa. A sua vida mudou para sempre.

— Se você tivesse impedido de eles tirarem a máscara de John, tenho certeza que os nossos problemas teriam sidos eliminados naquele dia. Ninguém teria sido desmascarado. John é um homem bom, não merecia aquilo.

— E você não acha que eu sou uma pessoa boa? Por favor, me responda com toda a sua sinceridade.

— Agatha, sei que no fundo você é apenas uma pessoa confusa, tentando achar o seu lugar no mundo. Eu cheguei a te odiar por alguns momentos desde o ocorrido, mas sou uma pessoa que gosta de refletir sobre tudo e todos. Não posso ficar te julgando, não sei o que realmente aconteceu com você e com o John que levaram vocês a estarem naquela posição, mas sei que o passado de vocês é forte. Bom, pelo menos sei o que o Max me contou.

— O Max, você tem notícias dele? — Perguntei, não sabendo o que aconteceu com ele, já que não respondia as minhas ligações.

— Ele ainda está na cidade. — Sentamos no banco da praça, nós duas olhando para o nada enquanto conversávamos. Parecíamos duas estranhas compartilhando o mesmo banco de praça.

— Como está o pai dele?

— O senhor Daniel está um pouco confuso. Mas sei que ele vai ficar bem. Com um filho como Max cuidando dele, tenho certeza que isso vai acontecer em breve.

— O pai dele fala de mim?

— Como eu disse, ele estava confuso. — Diana colocou uma mecha do seu cabelo para trás. Seus olhos de repente foram parar em um agente das Forças Especiais que estava em pé do outro lado da praça. — Acho melhor nós irmos embora.

— Acho melhor nós ficarmos. Ele viu que você estava olhando para ele. Se levantarmos agora, nós vamos parecer suspeitas.

Caminhando entre alguns destroços no chão, passei pela faixa amarela que se estendia por toda a rua 15. Tinha homens e mulheres trabalhando ali, eu poderia ter evitado passar por ali, mas eu não era a única curiosa presente no local onde ocorreu o "crime".

(Completa) Sopro Congelante (Todos os passados)Onde histórias criam vida. Descubra agora