3. A mulher misteriosa

5.3K 606 74
                                    

Eu já tinha parado de contar as vezes que Vanessa resmungara sobre o quanto ela estava entediada em ficar dentro de casa. Eu compartilhava da mesma sensação que ela, e um dos motivos é ficar no mesmo espaço que John, mas eu não precisava ficar repetindo isso o tempo todo como ela fazia.

André não estava mais aqui. Sumiu na noite anterior. Sei que ele deve ter ido resolver o nosso problema ou pelo menos tentar. Mas já se passava das onze da manhã, e ele não apareceu, e embora eu odiasse admitir, eu estava apreensiva. Ele acabou de "acordar" de um coma. Apesar de todos esses anos deitado em uma cama, não ter causado nenhum efeito nele.

Nós precisávamos de noticiais. Notícias sobre John. O que as pessoas estavam falando sobre o dono do Café e Gelados Prado? Já foram até o apartamento dele fazer alguma investigação? Nenhuma manchete foi lançada até o momento, já que Diana destruiu tudo que era ligado a energia. Então o que tínhamos que fazer era esperar.

Sentada na varanda ainda consegui ver um resquício de fumaça no céu. A cidade deve está destruída, pelo menos uma parte dela.

John dormiu aqui. No quarto de hospede. Max e Diana também. Não sei qual dos três ficaram dando voltas pelo corredor a noite. Não quis levantar para verificar.

— Eu vou atrás dele. — Disse Vanessa em pé próxima a mim.

— Pensei que ele quisesse resolver as coisas do jeito dele. — Respondi, com indiferença. Se ela quisesse ir atrás dele, ela que fosse.

Suspirei, me sentindo confusa. Apoiei minha mão fechada em meu queixo, pensando que a verdade era que eu também queria fazer isso. Ir atrás de André. Mas a cidade está isolada. Foi cercada por cordões de isolamentos, cordões de isolamentos esses compostos pelos melhores policiais mutantes, e pelo o que eu sei, ninguém entra e ninguém sai. Não poderíamos simplesmente sair por aí sem correr o risco de sermos interrogados por alguns deles.

— Você não deveria se arriscar tanto. — Disse eu, enquanto imaginava Vanessa sendo capturada.

— Ninguém sabe quem eu sou. Posso andar por aí tranquilamente. Agora você, — Vanessa pôs a sua mão sobre o meu ombro. — Não saia, Agatha. Você não pode perder a cabeça agora. Precisamos ajudar o John.

— Tenho certeza que o John não quer a minha ajuda. Ele pensa que o André colocou o que ele sente por mim dentro dele.

— Eu vou falar com ele, Agatha. John é um cara compreensível. Tenho certeza se a pessoa certa falar com ele, vai entender. — Soltei uma risada sinistra. — O que foi agora?

— Você está me dizendo que você é a pessoa certa?

— Eu posso vir a ser muito persuasiva quando eu quero. Você mesmo deveria saber disso.

Foi a tarde quando tudo começou a ficar realmente estranho. Quando o sol começou a se pô e o céu se transformou em um espetáculo de cores laranja e amarelo. As cores do fogo me fizeram me lembrar de Brian. O cara que queria vingança, penso o quanto dessa vingança o outro cara dentro dele guardou para si.

— Agatha! Vanessa! — Diana adentrou a sala correndo. Inclinou-se para frente, e colocou as mãos sobre o joelho enquanto recuperava o fôlego.

Max e eu descemos a escada juntos, Vanessa veio da cozinha, e John, eu sabia que ele estava bem atrás de mim, quando senti uma temperatura mais quente do que o normal nas minhas costas. Ele estava mantendo a retaguarda.

— O que está acontecendo, Diana? — Perguntou Vanessa.

— Tem uma pessoa se aproximando da mansão. — Apontou para fora, mas nada era muito nítido de onde estávamos.

(Completa) Sopro Congelante (Todos os passados)حيث تعيش القصص. اكتشف الآن