14. Lugar de Tortura

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 Vanessa me puxou para dentro, como se a qualquer momento um agente das Forças Especiais poderia aparecer. Esperou John entrar e fechou a porta bruscamente. Ajeitou o cabelo, tinha o olhar perdido e desanimador.

— Eu não deveria ter tentado impedir eles, você já estaria fora da cidade nesse exato momento. Você viu os cartazes? — Perguntou, segurando as minhas mãos.

— Eu vi, Vanessa. Mas não fique se culpando. As coisas tinham que acontecer dessa maneira. Vamos resolver isso.

— Você consegue escutar a si mesma? — André desceu a escada com passos ligeiros. — A situação está crítica. Todas as saídas da cidade foram cercadas. É alerta máxima. E confesso que não sei mais o que fazer. Eles vão chegar até nós. — Admitiu ele, visivelmente envergonhado. André odiava perder.

— Os vizinhos? — Perguntei.

— Já dei um jeito neles. — John olhou para André, intrigado. — Já confundi a mente deles. Somente isso. Nada do que está passando na sua cabeça. Não mato pessoas. E quanto a você, foi discreto?

— Não sei se fui o suficiente. Estão por todos os lados. Não consegui impedir eles de colarem o cartaz com a foto de Agatha no café também.

— Amanhã eles virão para essa área. Farão a mesma coisa que fizeram no centro. Agatha precisa de um disfarce. — André veio até mim. — Precisamos mudar seu cabelo. — Jogou meu cabelo para trás do ombro, e eu odiei essa ideia. — Você precisa usar lentes de contatos. O azul intenso dos seus olhos é muito chamativo e inconfundível. Nós vamos conseguir, Agatha. Nós vamos tirar você da cidade, você tem que prometer que não nos impedira de novo. — Disse, tentando me mostrar confiança, mas nem mesmo ele acreditava nisso.

— Só se você me prometer algo primeiro. — Ele arqueou suas sobrancelhas em um arco perfeito, e um leve vestígio de um sorriso surgiu em seus lábios. — Nós precisamos salvar o Max.

— Não é questão de salvar o Max. Ele está preso.

— Mas não está na prisão das Forças Especiais. — O olhar de André foi parar em John, que parecia uma estátua ao lado de Vanessa. Ele tinha me contado esse pequeno detalhe no caminho para casa.

— E o que mais ele te disse.

— Apenas isso, já que não sei o restante. — John se apressou em responder por mim.

— Você indo salvar o Max no lugar dela não vai impedir ela de ir. — Os olhos de John de repente ficaram sombrios.

— Eu não estava pensando em salvar o Max.

— Isso é exatamente o que você está pensando. Stephenie me contou tudo.

— Ótimo. De agora em diante já sei em que posso confiar, e Stephenie está eliminada da minha lista.

— Você é louco, John? Já está transferindo todo seu dinheiro para Ilha do Norte, porque sabe que lá as Forças Especiais não podem te alcançar. Como você pretende sair daqui se estar tudo cercado?

— Tenho alguns aliados.

— Marc, senhor Gabriel? O que eles podem fazer mesmo? Senhor Gabriel, nada. Antes de ele conseguir desferir sua garra em alguém, já vai ter sido capturado. Marc, fala demais. Vai ter que ter uma ideia melhor.

— Não me desafie. — Os dois trocaram olhares ameaçadores.

— Você vai acabar com a vida da sua mãe.

— Não se intrometa na minha relação com a minha mãe.

— Não é só porque você vai ser descoberto algum dia que você precise necessariamente adiantar esse processo.

(Completa) Sopro Congelante (Todos os passados)Onde histórias criam vida. Descubra agora