26. Doutor Adam

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 Agatha correu em direção a André, o medo se instalando em seu peito. Se ajoelhou ao lado do corpo caído, ainda tinha dúvidas se o que acabara de acontecer era verdade. André não viu Diana chegar? Não sentiu a presença dela ali?

Pôs sua orelha no coração do seu mentor, tentando escutar algum sinal de vida vindo dele. Iniciou uma seção de massagem cardíacas, uma mão a puxou para trás, erguendo-a no ar. Olhou em direção a pessoa, e viu Stephenie.

— De agora em diante é comigo. — Disse a mulher que ainda era um mistério para Agatha.

— A impeça. — Ordenou Flynn aos seus homens, que partiram para atacar o grupo. Stephenie criou um campo de forças, e os corpos dos homens se chocaram contra ele, indo para trás.

Diana ainda se encontrava no mesmo local, olhava atordoada para o corpo de André no chão, mas o que mais doía nela era saber como deve estar Vanessa por trás daquela máscara. Como deve ser grande a sua dor.

Pensava em como chegou naquele ponto. O ponto de matar em nome das Forças Especiais. Como seu pai lhe exigiu uma coisa dessas? Deixou suas mãos caírem ao lado de seu corpo, mãos que poderiam matar. Sempre soube da extensão de seus poderes, e tinha feito um juramento a mãe antes de ela falecer: Jamais matar alguém. E o que ela acabara de fazer, era quebrar essa promessa. André realmente está morto? Se estiver tem certeza que seus antigos amigos jamais vão lhe perdoar.

Max e John olhavam horrorizados para a cena. John tinha uma pequena história ao lado do homem ferido. Ele era amigo de Michael, eles que criaram o que John era agora. Embora tenha certeza que suas experiências tenham ido além de curá-lo, John tinha uma grande consideração por ele. Estava vivo. E isso de fato o tornava muito grato.

Deu alguns passos à frente, passando pelos corpos dos agentes estirados no chão, graças a Stephenie e seguiu em direção a Vanessa, que ainda permanecia em pé no mesmo local, nada disse logo após o ocorrido. Estava perdida em pensamentos obscuros, e mal sentiu quando John a tocou. Pensava em mil maneiras de vingar o seu amado. Quantas coisas os dois viveram juntos até chegarem nessa situação?

Alguns anos antes

André era um psicólogo renomado na cidade onde morava há vários anos. Na época ele se chamava doutor Adam Ross. Como um profissional dedicado que ele era logo expandiu a sua fortuna, se tornando o profissional da sua área mais procurado da cidade. Ele tinha um dom de captar os sentimentos das pessoas, e por isso estava sempre em teste com o governo, sempre tendo que provar que ele não usava esses dons em suas consultas.

Sua mulher, Linda, estava grávida de oito meses quando algo surpreendente aconteceu. Como todas as grávidas que morassem nos Estado do Sul, ela havia feito o teste para saber se seu filho nasceria com genes meta-humanos. O dela deu positivo para cryokinesis.

André tinha acabado de voltar do trabalho, subiu a escada, sentindo um calafrio de frio percorrer por sua espinha. Sentiu a temperatura da casa onde moravam cair. Mas estava no início do verão, e quando deixou o carro lá fora, parecia que tinha um sol para cada pessoa. Nem o ar-condicionado poderia causar aquele efeito.

Passando pelo corredor sentia a temperatura cair cada vez mais, até que olhou em direção onde ficava seu quarto, a porta estava aberta, e uma enorme nevoa gelada cobria todo o seu anterior. André correu de encontro a ela, pesando em sua esposa. Pensando no que poderia ter acontecido com a mulher que amava.

— Linda! — Gritou por ela, sentindo o ar gelado cortar a sua pele, abraçou o seu próprio corpo, enquanto seus lábios batiam um contra o outro. Estava tremendo de frio. Estreitou os olhos, e se aproximou da cama. Elevou as mãos aos lábios horrorizado. O corpo de sua mulher estava roxo, quase azul.

(Completa) Sopro Congelante (Todos os passados)Where stories live. Discover now