9. Reaberto

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 A parte ruim de se morar em um apartamento luxuoso como o de John, é que eu só entraria com a permissão do porteiro. Tentei ligar para ele, mas seu celular estava caindo na caixa portal. Talvez seria um choque para John escutar o meu nome sendo anunciado pelo porteiro, provavelmente ele não deixaria eu subir, então eu tinha que convencer o homem que tomava conta da recepção a me deixar entrar sem ser anunciada.

— Ele não está aqui, saiu cedo e ainda não retornou. — Olhei nos olhos negros do homem, querendo ver sinceridade em suas palavras. Pensei na probabilidade de John ter passado todas as minhas características físicas para ele, e que essa seria a sua resposta decorada para me dar. Mas ele não estava mentindo, dizia a verdade.

Tirei o celular do bolso do meu jeans, e me recostei no carro. Tentaria mais uma vez. Não me surpreendi quando a ligação caiu mais uma vez na caixa postal. Talvez ele tenha trocado de número.

Pensei nos possíveis locais que John poderia ter ido. O café foi o primeiro lugar que me veio à mente. Mas ele estava fechado para investigações. Abri a porta apressada, e deslizei para dentro.

Não estava aberto para o público, mas estava aberto. Estreitei meus olhos, e abaixei o vidro do carro, tentando visualizar as pessoas que estavam lá dentro. Eram os funcionários do café. Estavam fazendo limpeza. A Força Especial tinha liberado o local? Sai para fora na intenção de descobrir.

Dei passos vagarosos até que finalmente entrei. Apesar da sujeira ainda tinha o mesmo cheiro de café que se tornou tão familiar para mim.

— Nós estamos fechados. — Disse Ariane, uma das funcionárias. Então ela ergueu o olhar, me reconhecendo. — Ah! É você, Agatha! Pensei que fosse algum cliente.

— O John está aí? — Perguntei.

— Ele está lá em cima. Que loucura o que a Valéria fez. — Comentou Ariane, mas ignorei o assunto, segui em direção ao elevador. Mas quando a porta se abriu me deparei com Julia.

Ela não parecia surpresa ao me ver. Pelo contrário, estava esperando o momento certo que eu iria subir. Olhei em direção as câmeras. Será que John me viu chegar por elas também?

— John não quer te ver. — Julia foi direto ao ponto.

— Não me importo, eu preciso ver ele. — Dei um passo em direção ao elevador, mas Julia impediu que eu prosseguisse, pousando sua mão em meu braço. — Se você ainda quiser continuar com duas mãos, a tire daí. — A testa de Julia se vincou, ela estava tensa, sabia o quanto eu poderia ser perigosa. Mas mesmo com o meu tom ameaçador não tirou a mão de mim.

— Será que você não sabe quando parar? — Perguntou ela, elevou o celular que segurava com a mão livre ao ouvido. — Ela ainda está aqui.

Em um gesto rápido e sorrateiro, tomei o celular de Julia, olhei para tela, e vi o nome de Vanessa. Ela estava falando com ela há quatro minutos, o tempo que eu tinha entrado no café.

— Qual a sua relação com Vanessa? — Perguntei. — John sabe disso?

— Minha relação com Vanessa é apenas negócios, ou seja, você.

Segurei em seu punho, a puxando para fora do elevador. Julia caiu de joelhos, e os olhares dos funcionários se voltaram todos para mim, estavam horrorizados. Apertei o botão, que iria me levar até John.

Bati na porta dele, com um pouco de intensidade demais, ele tinha a trancado com chave.

— John! Eu sei que você está aí. Preciso falar com você com urgência. Abre para mim! É sobre o Max. — John abriu a porta o mais rápido do que o esperado. Me puxou para dentro, e fechou a porta.

(Completa) Sopro Congelante (Todos os passados)Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin