Entrelaçados - Autora: Rozemar Messias (rozemar.messias@gmail.com)

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CAPÍTULO - I


Leon entra no enorme corredor, cheio de portas. Ele para primeiro do lado direito, e seu olhar imediatamente é atraído para a porta vermelha. Ele sabe que essa é a porta dele, a porta pela qual ele precisa passar, iniciando uma nova etapa da competição. Mas ele ainda não pode ir. Leon se volta para o lado esquerdo do corredor e observa uma porta em particular, ela é muito antiga, tem uma tinta verde clara, descascada em alguns pontos. A porta apresenta ranhuras nas tábuas rústicas, como sinais de garras. A fechadura também é antiga, e parece presa na porta, por apenas um dos lados, como se um dos parafusos tivesse caído. A maçaneta torcida em formato da letra "S" lhe dá a certeza de que é a porta que ele procura.

Leon olha para trás, ouve o barulho dos outros guerreiros, lutando entre si, já próximos do corredor. Ele precisa agir rápido, ser o primeiro a abrir a porta correta, a vermelha. Mas a imagem de Leda vem nítida em sua mente, ela machucada, esperando pela cura que está atrás da porta verde. Ele vai para o lado esquerdo, coloca a mão na velha maçaneta e a imagem de Verno vem intensa sobre ele. "Saia daí Leon, é uma ordem. Volte para a porta vermelha". Ele sente a raiva na voz do Mestre, mas ainda assim, abre a porta, devagar. A porta range, e uma grande claridade envolve Leon. Por instantes ele fica cego pela luminosidade, mas logo percebe que está em um casebre de madeira, uma cabana. O lugar é pequeno e a luz intensa vem das janelas. As paredes têm inúmeras prateleiras, com frascos, de todas as cores e formatos. Como ele irá saber qual o frasco correto?

Leon sente raiva, tudo devia ser mais fácil. Ele foi treinado por mais de vinte anos, para ocupar o lugar de Richard. A guerreira deveria ser descartada. Então, por que diabos ele estava ali? Buscando salvar a vida dela? Por que algo o impelia a fazer o oposto do planejado? Ele sentiu um arrepio, ao pensar na punição que Verno daria a ele.

Leon olhou os frascos de forma geral parando em um frasco maior do que os outros, em um vidro transparente. Era aquele, a etiqueta estava um pouco apagada, mas não havia dúvidas. Leon colocou o frasco com cuidado dentro da jaqueta e saiu de novo para o corredor. Ele fez contato com Leda. "Eu preciso que você mande alguém até mim, buscar a medicação, já estou com ela." A imagem de Leda veio até ele, suave como sempre. "Use em você guerreiro, estamos ligados, fará efeito em mim."

A seguir ele estava no chão, caído e com dor. No abdômen, justo onde Leda foi atingida pela faca envenenada, ele viu sangue, nele. A dor era infernal. Ele pegou o frasco da jaqueta e abriu com dificuldade, levantando a camiseta e jogando o líquido sobre a ferida. Imediatamente, sentiu a pele repuxar, como se estivesse cicatrizando. Leon levantou e ainda cambaleando, abriu a porta vermelha. No início do corredor, diversos guerreiros se empurravam, para alcançá-lo. A muitos quilômetros dali, a imagem da guerreira, de cabelos longos a sorrir para ele, dizendo obrigado.

 A muitos quilômetros dali, a imagem da guerreira, de cabelos longos a sorrir para ele, dizendo obrigado

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