11° Dia - 4 Escritores e Histórias

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Titulo: Pedaços

Autora: Cintia Carvalho (cintiasilvacint@gmail.com)


Quem eu achei que era hoje vejo que não sou.

Quis ser para me convencer e esquecer o alguém em quem eu não pude me transformar.

Hoje vejo que o não ser está preso em mim.

Se puder deixar de não ser, talvez um dia poderei vir a ser quem eu deveria ter sido.

Perdi-me tentando ser espelho seu, me procurei em você e me perdi de mim, agora tenho que me encontrar no resto de mim que não está repleto de você, vou me ver de novo, vou me ver.

Por mim vou realizar meus ideais, por mim vou ser feliz, por mim ficarei viva, por mim respirarei.

Por mim, para mim serei eu, por mim trilharei cada pedaço do caminho, por mim vencerei.

Pois só quando eu for realmente minha poderei me dar a você.

Pois só quando eu for realmente minha poderei me dar a você

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Titulo: Reencontro

Autora: Rozemar Messias (rozemar.messias@gmail.com)


Elizabeth bate com os dedos na mesa, enquanto espera o momento em que deve entrar no palco. Suas unhas vermelhas na madeira fazem um barulho semelhante à chuva que cai lá fora. São exatamente 20 horas de uma sexta-feira 13, de um outubro sombrio e chuvoso, não que isso faça diferença para ela, Elizabeth não é uma garota supersticiosa.

Emanuelle entra correndo pelo camarim, o riso largo, de orelha a orelha, os olhos brilhando, como se estivesse usando alguma substância tóxica. Ela senta em frente a sua penteadeira e toma um pouco de água, respirando profundamente.

Elizabeth sorri, ao perceber que não é a única a estar ansiosa.

A senhorita Mirta aparece na porta do camarim e faz um sinal para que as duas moças a sigam. O coração de Elizabeth bate ainda mais forte, o barulho ritmado como se fosse o rufar de tambores.

A cortina se abre, a música toca lentamente, enquanto elas deslizam pelo palco. Tudo perde a importância, agora é só ela, na bela roupa de bailarina, os pés pequenos tocando o chão de forma tão rápida que parece estar no ar, flutuando... ela se lembra dos outros bailarinos, vê os vultos passando, um a um, como sombras.

Na metade da música, ela vai até o local marcado com um x no chão de madeira do palco e levantam os braços, os pulsos logo são envolvidos por algemas de aço, mas em vez das cordas serem puxadas pelos guindastes do Teatro, Elizabeth se vê ao ar livre, fora dali, sendo conduzida por grandes pássaros.

Antologia 2Where stories live. Discover now