Antologia 2

Nós Todos Caímos - Autora: Thafyniz Eduarda (@eVeryDD)

CAPÍTULO - I

"Está animado?"

"pra quê..?"

"pra festa que o Vyctor vai dar, ué. Disseram-me que ele está planejando essa festa tem muito tempo, e que vai superar todas as outras que ele já deu!"

"Não sei pra quê disso tudo sendo que você sabe muito bem que eu não curto muito festas".

"Não Andrew, você não gosta do Vyctor, é diferente. E além do mais, vão ser só nós seis. Certo? Douglas não vai vir por estar estudando para aquele teste e o Alex prefere ficar em casa mesmo, sabe como meu irmão é."

"Preferia ficar com ele fazendo maratona de Harry Potter por 100 vezes do que vir pra cá, não estaria perdendo muita coisa mesmo."

O táxi parou. E o rapaz encarou o outro com um sorriso irônico.

"Você é um baita de um estraga prazeres, viu". Qualquer dia vai fazer o Vyctor chorar.

"Ele provavelmente nem se importa com as coisas que eu penso ou digo sobre dele, aquele mauricinho tem coisas mais importantes para se preocupar tipo qual carro importado comprar ou comprar outra casa de praia, coisas desse tipo."

O mais alto deu ombros enquanto ambos, Andrew e Lucas, se afastavam da avenida movimentada, o ar de outono ainda era presente e de certa forma aconchegante e o sol da tarde era suficiente para manter a pele aquecida.

"Você sabe que eu só vim junto por causa de certas pessoas que insistiram muito, nesse caso, você. Não sou fã de festas e coisas do tipo, principalmente se for ao halloween. Não dá medo e as histórias são meio sem graça."

"Você que é sem graça, Andrew."

O mais alto disse com um sorriso ladino, enquanto arrumava o cachecol que usava permanecendo ao lado do mais novo enquanto se afastavam mais e mais da avenida movimentada, adentrando uma trilha densa.

As árvores estavam começando a atingir o estágio nu, algumas já estavam com folhas alaranjadas, caindo uma por uma a cada leve brisa que assobiava. Parecia sereno com os poucos raios do pôr do sol que se passavam por entre as brechas das folhas, entretanto, se Andrew visse de outro ponto de vista, acharia meio alarmante estar tão longe da civilização e de algum lugar seguro.

"Mas cara, a família do Vyctor são verdadeiramente ricos. ricaços. Além de pagar 'mó pau para aquele chefe daquela empresa lá na capital e ainda por cima serem donos de muitas terras ainda tem essa casa de férias aqui." Lucas dizia maravilhado enquanto olhava ao redor deles, a estrada não era mais visível aquele ponto e a trilha estava começando a sumir no meio de árvores e arbustos secos ao longo do caminho. Seria uma longa caminhada.

"Maldita elite."– Cuspiu Lucas.

"Só agradeça por ele não esfregar isso na SUA cara, Lucas."

Lucas mostrou a língua para o menor e Andrew achou aquilo bem infantil da parte do mais velho, não que o deixasse surpreso, claro.

No meio do caminho, se depararam com uma pequena "construção" de madeira que parecia ter sido criada na intenção de ser um banheiro, os dois garotos, curiosos, chegaram mais próximo para observar.

Era pequeno; parecia ser para apenas uma pessoa; tinha uma cor verde claro, mas a cor já desaparecia por estar abandonado ou pelo menos, parecia estar; sem nenhuma janela, entrada de ar ou algo assim e por fim, havia uma maçaneta torta, aquilo chamou atenção de Andrew, mas logo deixou aquilo para segundo plano quando ambos se depararam com um cheiro forte e horrível vindo de dentro daquele lugar.