13° Dia- 5 Escritores e Histórias

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Título: Aparecida

Autora: Cíntia Carvalho (cintiasilvacint@gmail.com)

Aparecida e José voltavam para casa felizes afinal fora um dia delicioso, aproveitaram a rara oportunidade para passear, lanchar fora e de quebra fizeram as compras do mês, José estava uma seda mais generoso que o normal afinal havia recebido uma bolada de gorjeta na empresa onde trabalhava há anos. Aparecida se esbaldou comprou roupa e sapatos para ela, o marido, a pequena e o bebê que estava por chegar, assim seu dia seguia perfeito.

Mas no caminho de volta pra casa as sacolas teimarão em ficar pesadas além de sua capacidade de carregar visto que ela estava nos meses finais da gestação e seu fôlego não estava lá estas coisas, infelizmente Aparecida teve uma péssima ideia, já esgotada pediu que José a ajudasse, e como um raio ele a atingiu com um tapa no rosto em plena rua movimentada dizendo: _Que bosta mulher quem mandou você comprar tanta coisa assim, você sabe que eu não carrego sacola, se vira e leva tudo antes que eu lhe arrebente!

Assustada Aparecida não teve outra saída que não carregar todo o peso além da sua filhinha de cinco anos, com as mãos feridas e o coração sangrando seguiu até em casa. Seu dia mágico virou um pesadelo, teve que conter as lágrimas e fingir que nada aconteceu não queria despertar a ira de seu marido porque sabia que tudo por mais ruim que esteja podia piorar...

...A violência esta gravada nela. Foram tanto e tantas que nem sabe mais contar. Só quer apagar as marcas. Seus olhos minam lágrimas de dor, a todo o momento se percebe envolta em um nevoeiro escuro e denso, ai tenta desesperadamente sair correndo em meio à mata fechada da vida, mas tem medo de se machucar ela não aprendeu a ser só, foi tão objeto que não conseguiu se reconhecer humana portadora de uma alma, sonhos e desejos, ela aspira simplicidade, ela quer muito pouco, pois o pouco pra quem nada tem é mundo, um mundo inteiro, ela quer gritar e bater o pé que nem criança pirracenta, teimar e não fazer, não ser forçada ao que não quer. Ela quer gritar alto a plenos pulmões para todos ouvirem sua voz, sabendo que a pessoa que mais precisa ouvir sua voz é ela mesma, tantos anos muda, sem nenhum direito a fizeram esquecer o som de sua própria voz. Assim segue seu caminho sem saber até quando poderá aguentar, até quando ficará calada e se algum dia ficará bem.

 Assim segue seu caminho sem saber até quando poderá aguentar, até quando ficará calada e se algum dia ficará bem

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Titulo: Sozinho

Autor: Paulo Vitor Alves ( Rex-Reus)

É como se sentir uma linda rosa, que apenas assiste um campo de flores desabrochar

Enquanto sua vida se deteriora internamente

Enquanto é o único preso à decadência de apenas murchar

É como viver num mundo onde todos são surdos e alheios

Antologia 2Where stories live. Discover now