Uma História de Dois Irmãos - Autor: Márcio Gomes (@marcio_gomes)

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CAPÍTULO I

O Destino Prometido


O sol já começava a se por naquele que já era o terceiro dia de viagem de Carlos e Daniel.

Carlos o mais novo, já cansado daquela longa trilha olhou para o irmão que andava firme e forte na frente e perguntou:

— Daniel cara! Você ainda acredita nisso tudo? Vamos para casa, aquilo era apenas uma lenda, um livro velho!

Daniel continuava sua trilha, guiando-se por um pequeno smart phone, estava vidrado na tela do GPS para encontrar o destino daquela viagem. Estava tranquilo, não era a primeira vez que via o irmão reclamar, mas sabia que ele seria o mais astuto quando eles finalmente chegassem ao destino prometido.

E ele acreditava piamente que eles iriam chegar em breve.

— Daniel é sério mano! Apesar de ser o mais novo, eu sou teu irmão e estou te avisando, vamos parar enquanto é tempo, olha o sol se pondo. A gente vai andar até tudo ficar escuro?!

— Vamos chegar antes disso e pare de apelar para lado emocional — Daniel cortou de forma amarga o comentário do irmão.

Carlos calou-se. Infelizmente não podia fazer mais nada pelo irmão. Em sua memória banhada de arrependimento. Surgiam as lembranças de como haviam se encontrado nessa situação. Começou a andar de forma automática, sem reclamar, sem olhar o sol que já se punha. Apenas lembrava-se de como tudo aquilo se tornou verdade para eles.

A funcionária, a biblioteca, o livro...

Ouviu um barulho diferente. Como uma porta velha abrindo-se pela força do vento.

— Eu não disse que iríamos chegar? Vamos, acenda o lampião. — Carlos ouviu a voz de Daniel enquanto finalmente levantava a cabeça.

Viu uma casa, velha, com a tinta desbotada. Mas antes que sua atenção voltasse para a casa, olhou diretamente para a porta que se acabara de abrir diante deles.

Velha, como toda a casa. Com uma cor verde musgo. Mas não era isso que chamava mais atenção. E sim a maçaneta, desnecessária no momento, mas com um formato de S, como Carlos nunca tinha visto antes.

Era o terceiro dia de viagem dos dois irmãos e o sol já espalhava seus últimos raios sobre aquele que era o destino prometido...

Era o terceiro dia de viagem dos dois irmãos e o sol já espalhava seus últimos raios sobre aquele que era o destino prometido

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CAPÍTULO II

  A Casa da Colina


Carlos acendeu o lampião assim como Daniel havia mandado. Todas as suas dúvidas haviam se transformado em medo agora. Sim eles tinham encontrado o destino, o local indicado, mas o que viria depois? Que tipo de coisas eles encontrariam do outro lado daquela porta?

Daniel pisou na madeira velha que compunha o patamar da casa antes da porta. Logo a madeira rangeu de tal forma como se estivesse perto de se partir.

Como sempre, avançou sem medo, puxou a porta de acordo com o formato daquela estranha maçaneta e entrou.

Carlos vindo logo a trás do irmão, agora já bem próximo, começou a iluminar o primeiro cômodo da casa com seu lampião.

O que encontraram não era tão surpreendente. Uma sala com apenas uma poltrona e uma pequena mesa de canto. Eis o primeiro cômodo.

Apesar de velha, a casa era grande, com dois andares. No primeiro cômodo uma escada levava para o andar de cima e outra passagem direcionava para o que parecia uma cozinha.

Carlos que era mais observador conseguiu ver além desses dois cômodos, viu uma pequena abertura retangular do formato de uma porta nos fundos do segundo cômodo, dessa abertura saiam os últimos raios do sol.

A única luz diante das trevas daquela casa.

— Não pode ser só isso — disse Daniel sério, porém um pouco desacreditado.

— Bom, pelo menos chegamos em algum lugar mano — respondeu Carlos — estamos cansados demais. Amanhã podemos fazer alguns estudos e explorar mais o lugar.

Daniel sentou no chão frio um pouco desanimado, abriu a bolsa rapidamente e puxou outro lampião. Num instante ele o acendeu e colocou na pequena mesa de canto, para iluminar aquela sala durante a noite.

Daniel sentou na poltrona, guardou o celular e pôs se a olhar o mapa pela luz do lampião.

Carlos apesar de tudo, de todas as dúvidas, agora era movido por uma estranha curiosidade desde que entrara naquele lugar.

Ainda com seu lampião aceso, pôs a adentrar mais na casa. Foi quando fez sua primeira grande descoberta.

Levantou por acaso o lampião e leu na parede superior da passagem para a cozinha a seguinte frase:

"Aqueles que acreditaram e seguiram o segredo, merecem conhecer a magia desse mundo".

Apesar de talhada da madeira de forma disforme, as letras pareciam seguir um padrão. Como se não tivessem sido apenas talhadas de qualquer maneira, como se aquilo tivesse uma mensagem dentro das próprias letras, como se fossem diferentes... Como outro alfabeto, uma nova língua.

A nova descoberta só atiçou fogo nas dúvidas e ânsias do jovem Carlos.

A noite chegava na casa da colina, enquanto os dois irmãos já se preparavam para a primeira noite....

Antologia 2Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin