Busca - Autora: Cíntia Carvalho (Cintiasilvacint@gmail.com)

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CAPÍTULO - I 


A porta estava aberta, não podia acreditar naquela imagem, seria sonho ou alucinação afinal fazia tantos anos que sonhava, pedia e implorava a Deus por uma chance, chegou bem perto, olhou pela fresta por onde aquele pequeno e fraco fio de luz entrava trazendo com sigo aquela brecha de liberdade. Cautelosa, foi devagar pisando de leve o mais silenciosa possível, o pânico foi tomando conta de seu corpo, sentia que podia cair a qualquer momento, mas não iria desabar não perderia a oportunidade de escapar e dar fim ao pesadelo que era real há muitos anos tantos que perdeu a conta. Havia passado por momentos de dor, mas tinha decidido que esse seria o combustível que transformaria o sofrimento em força, que agora se fazia tão necessária, a lembrança do sol, do gosto da água fresca em sua boca, do vento a impulsionaram a seguir em frente em traçar aquele breve percurso. Subitamente viu de relance que havia sangue, alguém estava caído, não viu quem era preferiu não se arriscar, só correu o mais rápido que pôde a ânsia, a angústia e a urgência de vida se fizeram insuportáveis, daí por diante só via a porta, queria cruza-la, acordar se libertar, não pensou em mais nada.

 Subitamente viu de relance que havia sangue, alguém estava caído, não viu quem era preferiu não se arriscar, só correu o mais rápido que pôde a ânsia, a angústia e a urgência de vida se fizeram insuportáveis, daí por diante só via a porta, queria...

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CAPÍTULO -  II 


No instante em que abriu os olhos ficou maravilhada, não sabia se era o alívio de finalmente sair do cativeiro ou se foi à sensação do sol morno e suave batendo em seu rosto, respirou fundo sentindo o aroma delicioso dos pinheiros, repetiu esse gesto tão comum inúmeras vezes, pois esse ato havia adquirido um significado maior, era a prova de vida, estava viva, havia sobrevivido agora sim podia olhar o horizonte. Caminhou lentamente pela mata, tinha relva que molhava seus pés descalços gostou dessa sensação a deixava alerta, mas não tinha nem um sinal de vida humana só uma trilha mal conservada, decidiu seguir, afinal no momento era sua única opção. Durante o longo caminho as lembranças lhe invadiram, tomaram conta, deixando seus pulmões novamente sem ar, veio à tona a imagem de seu filho com seus cachinhos e aquele cheiro tão bom, Deus como havia sonhado com aquele bebê, em ninar e sentir novamente seu.

Calor, mas agora ele já era um homem, ela perdeu tudo, quem traria de volta as lembranças perdidas as alegrias não vividas, quem devolveria a vida que foi roubada, pensou também em seus pais será que estavam vivos, que suportaram a dor da saudade, pois tinha certeza que era amada e fez falta, que não foi só a sua felicidade que foi usurpada durante todos aqueles anos. Foi com olhos cheios de lágrimas que chegou àquele majestoso lago, que refletia em suas águas cristalinas não só o céu, ele refletia sua alma que apesar de estar cheia de manchas e faltando alguns pedaços que foram cruelmente estraçalhados, estava forte como nunca, aprendeu muito tinha conquistado a duras penas uma armadura forjada no fogo do sofrimento e da solidão, podia agora começar a luta, a batalha estava apenas começando.

Antologia 2Where stories live. Discover now