⊱ CAPÍTULO X ⊰

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N/A: 2K DE TIROS COM MYSTICAL BEM NA MINHA TESTA! KKKKKKKKKKKLLAAAAAAAAAA 

VAI TER SURPRESINHA SIM, COMO DE COSTUME (leiam as notas finais).

Aos melhores leitores do mundo: muito obrigada por me darem o melhor presente de aniversário antecipado (completo 21 aninhos sábado que vem, YAY!). Não se esqueçam dos votos e comentários: algo que para vocês não leva mais que alguns segundos, faz com que um autor (não somente eu, mas qualquer um) pule de inspiração.

Boa leitura!



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Episódio: House Rules

– Você está bem mesmo, Harry? – perguntou Nick, pela terceira vez naquela manhã.

Os jovens haviam finalmente retornado para Fell's Church e o cocheiro ajudava o cacheado a carregar as muitas compras para a mansão.

– Acredito que vocês, nórdicos, sejam seres peculiares.

Embora não tenha entendido nada da resposta que Styles ofereceu-lhe, Nick sorriu e assentiu para a sua fala.

Em verdade, Harry não acreditava que lhe fora dada uma profecia, afinal ele não acreditava em destino, quem dirá em pessoas que, sem nenhuma razão aparente, fossem capazes de prevê-lo em detrimento de outros tantos seres humanos. No mais, ele identificou facilmente os sintomas da esquizofrenia em Davina, que devia ser avançada uma vez que eram notórios até para alguém como ele, com conhecimentos supérfluos sobre o assunto; contudo, a imagem de Davina segurando-lhe o pulso, tombando a cabeça agitada e confusa para trás e então recitando aquele verso sinistro de forma tranquila e sorridente, não era algo que se esquece facilmente.

Existe um toque de ironia no fato de as pessoas criarem superstições pelo medo de algo incontrolável e existente no mundo real, como por exemplo o futuro, mas o universo das crenças ser ainda mais sinistro que o mero ato de enfrentar a realidade.

Os jovens seguiram lado a lado pelo saguão da mansão em direção às escadas que os levariam até o quarto de Harry, onde ele se dedicaria a acomodar seus novos pertences. No entanto, o cacheado parou de abrupto por reflexo, pois viu Nick ficar estático ao seu lado quando adentraram a sala de estar de Fell's Church.

Dizem que quando o cérebro sente que algo de relevância está prestes a acontecer, a adrenalina nos bombardeia de diversas formas diferentes – suor frio, coração acelerado, formigamento na região do ventre e a sensação de o tempo estar se passando, de repente, de forma lenta. Todos esses exatos sintomas bombardearam seu físico conjuntamente ao notar a mudança nas expressões faciais de Nicholas: de sorridente e passional para rígida e profissional. O cocheiro engoliu em seco e endireitou a postura, então o cacheado seguiu seu olhar.

Sentado em uma das luxuosas poltronas de veludo vermelho ornamentada em detalhes dourados, encontrava-se um homem de meia idade. Os cabelos eram longos, uma mescla implacável de tons preto e grisalho que lhe emoldurava o rosto e embora os fios fossem lisos, estavam levemente desgrenhados. Seu perfil exibia um nariz rígido, mas não tanto quanto sua postura. Em verdade, Harry encontrava-se diante de uma beleza não convencional, quase renascentista, mesmo que estivesse contorcida em uma expressão amarga, vidrada nas compras que Harry carregava e que denunciavam o passeio do qual o jovem retornara.

– Olá, sobrinho – seu tom de voz era firme, do tipo que exala autoridade sem que o emissor esteja necessariamente pretendendo fazê-lo.

Harry estava paralisado no lugar. Não era como se ele precisasse de uma confirmação quanto à identidade daquele homem – embora não se parecesse fisicamente com Dan, ninguém com tanta elegância poderia ser outro que não o próprio dono daquelas terras. Seus trajes eram de tons escuros e, apesar do calor daquela manhã de verão, o fraque impecável lhe cobria até os pulsos e não apresentava sequer um amassado, como se o homem não houvesse se movido um centímetro desde que o vestiu. Claro que Harry notara a manta de tartã¹ pendurada por um broche nos ombros dele, que envolvia todo o seu tronco de forma transversal e fazia com que o jovem se perguntasse rapidamente até onde a influência escocesa acometera os ingleses nórdicos.

Mystical (l.s)Where stories live. Discover now