⊱ CAPÍTULO XVIII ⊰

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N/A: CHAMA A LUDMILA PORQUE É HOJE!

Por favor não ignorem as notas finais, é importante. 

Obrigada por lerem! Não se esqueçam dos votos e comentários ♡



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Episódio: Butterfly in Amber

O animal estava a poucos metros de Harry, quase na entrada da floresta, as narinas se dilatando e comprimindo enquanto ele farejava algo no ar diurno.

O coelho era branco como a neve, mas o tom imaculado ia harmonicamente sombreando-se até alcançar um tom de vermelho vivo na região da pata dianteira direita – faltava-lhe uma das patinhas e Harry conseguiu identificar um pedaço de osso exposto: era uma fratura grave e provavelmente feita por supersticiosos regionais, os quais Styles amaldiçoou mentalmente.

O cacheado não pensou duas vezes antes de começar a se aproximar da bolinha de pelos branca que, por sua vez, não pareceu assustar-se com sua presença, mantendo-se concentrada em farejar.

– Ei garoto, vamos dar um jeito nessa sua pata, huh?

Harry sabia que aquela não seria uma viagem fácil para se realizar com animais de estimação e foi por esse motivo que deixou Kiwi para trás provisoriamente, então ele poderia imaginar a expressão de inconformismo que o bichano lhe lançaria caso soubesse que seu dono levaria o coelho consigo; contudo, Styles nunca se perdoaria caso deixasse um animalzinho ferido à própria sorte.

Eis que, repentinamente, o animal partiu em disparada, seu pequeno corpo sendo abraçado pela densa vegetação de Aberdeen e o cacheado não raciocinou direito quando começou a segui-lo, não até que o clima gelado que emanava da floresta tocou sua pele de forma lasciva uma segunda vez em sua vida – um dejàvu atingiu Harry com a força de um soco e ele diminuiu consideravelmente a velocidade. Da primeira vez que adentrou aquele ambiente, também objetivava salvar um animal e seu ato ensejou uma experiência sombria para si.

De fato, cada partícula de seu corpo gritava para que ele desse meia volta e a própria Aberdeen pareceu querer expulsá-lo, pois o vento gélido aumentou consideravelmente e soprou na direção contrária, chicoteando seu ser.

Em verdade, Harry não estava à procura de encrenca, não queria ver fantasmas dançando em círculos ao redor de pedras ou sofrer perseguição por uma figura misteriosa nas sombras. Ele queria sua casa e sua antiga monotonia da qual tanto se queixara no passado; ele queria paz.

Foi esse último pensamento, no entanto, que o motivou a continuar correndo no encalço do coelho após respirar fundo uma única vez, porque sua consciência jamais o deixaria atingir a paz novamente caso não salvasse aquela bola de pelos branca – tal pelagem permitia que o cacheado não perdesse o animal de vista, ainda que ambos estivessem envoltos no breu que reinava em Aberdeen mesmo que ainda houvesse luz solar disposta, pois os galhos retorcidos das árvores de grande porte eram impenetráveis de forma a banir permanentemente o dia do lado de fora.

Styles correu por cerca de dez minutos e a cada passada de suas longas pernas ele mergulhava ainda mais no interior da floresta. De fato, era estranho que o animal estivesse fugindo dele naquela velocidade, pois não passara despercebido que o coelho não transparecia medo.

Assim, o cacheado parou de abrupto no que o animal também o fez.

– Você é muito rápido para alguém aleijado, pequenino – Harry disse de forma entrecortada e, ao se aproximar do animal, finalmente descobriu o motivo de sua corrida desenfreada. – Cenouras?!

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