⊱ CAPÍTULO XXXI ⊰

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Episódio: Blood and Tears

Com seu caderno de volta, Louis já não precisava mais do jogo de perguntas de Harry e isso se tornou nítido naquela mesma madrugada quando, ao entrar em crise, Tomlinon se valeu do objeto para retornar à realidade e sequer olhou para o solo, na extrema esquerda da tenda, onde Styles repousava e o fitava atentamente.

Assim, quando a manhã chegou, o cacheado não ficou surpreso ao despertar e flagrar o comandante jogando xadrez completamente sozinho uma vez mais.

Em verdade, Louis estava arduamente tentando provar que, assim como não precisava do jogo de perguntas de Harry, ele tampouco precisava do próprio Harry, o qual, por sua vez, teve certeza disso quando o homem da faixa negra o ignorou completamente durante a manhã daquele dia de viagem.

Completamente!

Ora, se havia alguém que deveria ignorar alguém entre ambos, esse alguém era Styles. Tomlinson simplesmente não tinha esse direito. E o que o comandante queria dele, afinal? Que se sentisse mal pelo que havia feito? Que se desculpasse? Bem, o cacheado não faria nenhum dos dois. De fato, após a noite passada, ele era capaz de admitir (internamente) que errara ao pintar o comandante como vilão, mas ainda assim, este era alguém que fizera muito mal para si – Louis era o assassino de seus pais e, perante tal argumento, o homem sempre estaria errado e Harry sempre estaria certo.

Nãoera como se ele se importasse com o modo com que o outro se sentia, de qualquerforma – era apenas desconfortável para ele que o silêncio reinasse novamente enquanto o exército escocês prosseguia viagem, pois além de entediante, fazia com que Styles não tivesse alternativa que não pensar sobre seus próprios problemas. Em sua mente, ele continuava a estar mais próximo, a cada dia, da morte; isto porque, ainda que agora soubesse que Charles Stuart o queria para fins de usá-lo e não para fins de matá-lo, não era difícil deduzir o que aconteceria consigo quando incapaz de demonstrar poderes místicos que ele obviamente não tinha.

Céus, o que de tão relevante fizera nos últimos dias que o distraiu da única coisa que deveria importar – encontrar um meio de recuperar sua liberdade?

Repentinamente, ele flagrou-se olhando freneticamente para todas as direções possíveis e a paisagem sempre igual que passava diante de suas vistas fez parecer que estavam andando em círculos por horas, motivo pelo qual sua mente e seu estômago embrulharam em dado momento – o cacheado sentiu-se claustrofóbico ali, como se as copas das árvores de grande porte que reinavam em Aberdeen fossem as grades de uma enorme gaiola se fechando sobre ele.

Foi então, só então, que Harry soube que apelaria.

Já fazia algum tempo desde a última vez que Harry orara, pois ele descobrira prematuramente que fazia o tipo que somente compreendia o catolicismo na parte condizente ao vinho e ao pecado; contudo, aquele lhe pareceu um bom momento para retomar a prática. Por óbvio, nada de diferente ocorreu perante sua repentina oração e ele teve a absoluta certeza que nunca seria capaz de crer na existência de um ser divino que não responde.

Então, a ideia de pedir ajuda de sua mãe reluziu em sua mente, mas ele estava ciente de que Anne ainda deveria se encontrar adormecida, pois, tal qual como Gemma, a mulher falecera durante a noite e, naquele momento, a luz solar ainda prevalecia; assim, o cacheado não viu outra alternativa que não pedir aos fantasmas de Aberdeen que eventualmente faleceram durante o dia para que o ajudassem na criação de uma nova rota de fuga. Quando, porém, nada de diferente ocorreu novamente, Harry apenas pensou o quanto gostaria que Anne aparecesse para ele uma vez mais antes que tudo aquilo terminasse.

Mystical (l.s)Where stories live. Discover now