⊱ CAPÍTULO XXX ⊰

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N/A: ATENÇÃO: esse é literalmente o capítulo que eu considero o importante da fic e eu só queria registrar que a burra aqui apagou ele sem querer na quarta-feira e não conseguiu recuperar de jeito nenhum, então estou muito feliz de ter conseguido lembrar de todos os detalhes e reescrevê-lo antes do dia de att aaaa

Obrigada por lerem! Não se esqueçam dos votos e comentários ♡



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Episódio: The Evil Man

Talvez, Harry realmente gostasse de jogar o jogo de perguntas com Louis – durante toda a sua vida, ele esteve cercado de pessoas superficiais que concordariam com qualquer pensamento que ele exteriorizasse apenas para não se indispor com o nome de sua família perante a alta nobreza. E, talvez, Louis realmente gostasse de jogar o jogo de perguntas com Harry – durante grande parte de sua vida, esteve sob a égide da crença de ser um instrumento, então lhe era vedado criar pensamentos próprios, devendo agir conforme verdades alheias.

Assim ambos, cada qual por suas razões, não estavam habituados a questionar seus próprios ideais; quando conversavam, no entanto, um colocava as crenças do outro à prova se valendo de argumentos de mesmo peso intelectual que os próprios – aquela sensação de desafio tão pouco experimentada antes se manifestava tal qual adrenalina para os dois e, bem, adrenalina vicia.

Tal fato era tão verdade que, nas últimas noites, Louis mudara inconscientemente sua rotina de modo a usufruir de cada segundo possível da companhia de Harry – note que, ao inverter a ordem das tarefas de erguer acampamento e alimentar seu cavalo, o homem da faixa negra possuía um motivo para ter o outro consigo enquanto dava comida a Aquiles, afinal. Já Harry, por sua vez, desenvolvera inconscientemente uma agitação que perdurava enquanto não estivesse na companhia exclusiva de Tomlinson – note que, durante todo o período de luz solar em Aberdeen, até mesmo a melodia da canção que sua mãe criara para ele era motivo para que ele se irritasse.

Por todo o exposto, Louis já não mais jogava unicamente visando evitar a tormenta de seus pesadelos e Harry já não mais jogava unicamente visando amenizar a culpa pelos seus atos. Contudo, nenhum dos dois parecia disposto a admitir isso sequer para si mesmo.

Bem, naquela noite, Tomlinson alterara a ordem de suas tarefas uma vez mais e Styles sequer lembrou-se de se lastimar pelo fato de que novamente não lhe restaria oportunidade de restituir ao outro o objeto que havia furtado, pois se encontrava perdido em sua própria agitação.

Com Aquiles já alimentado, o cacheado agora se encontrava sentado sobre o solo do local escolhido para acamparem aquela noite, enquanto o comandante finalmente armava sua tenda e o primeiro observava a evolução do trabalho do segundo com atenção, se apercebendo da própria agitação somente após ouvir o tilintar das correntes que envolviam seus membros inferiores conforme a sola de um de seus calçados era repetidamente batida contra o chão. De pronto, Harry cessou o movimento, sentindo-se patético por se encontrar manifestamente ansioso pela companhia do assassino de seus pais; contudo, ao tentar desviar sua atenção dos movimentos de Louis, flagrou-se listando mentalmente as perguntas que pretendia fazer a ele naquela noite – possuía dezenas apenas sobre o assunto morte, pois o não temor a ela era o aspecto que mais o intrigava acerca do homem da faixa negra.

Assim, transcorreram-se o que Styles pensou terem sido horas, mas ao erguer novamente suas esmeraldas em expectativa de que a tenda já se encontrasse devidamente armada, encontrou-a erguida ainda pela metade, então involuntariamente torceu o nariz para a cena.

– Não temes que teu nariz fique permanentemente torto um dia? – era a voz de Tomlinson.

O cacheado sentiu-se confuso a princípio, pois o comandante parecia saber exatamente qual expressão facial ele reproduzira ainda que não tivesse, em momento algum, desviado as safiras em sua direção. No entanto, logo a confusão foi vencida pela incredulidade, a qual se exteriorizou através de um levantar de sua sobrancelha perfeitamente delineada e um sorriso descrente – aquilo pareceu um trocadilho, verdadeiramente soou como um trocadilho e era a primeira vez que via o homem da faixa negra proferir algo que tivesse ares de bom humor. 

Mystical (l.s)Where stories live. Discover now