xii. i wanna go home with you

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O motivo da atitude indiferente de Niall quando Harry mais precisou foi revelado explicitamente no domingo, quando o moreno chegou bem cedo e fazendo um barulho exageradamente alto ao carregar uma mala pequena. No dia em questão, ele precisou viajar com urgência para participar de uma conferência e alinhar potenciais investidores ao projeto Care, que vinha sendo cada vez mais discutido.

Louis estava acordado para recebê-lo e, mesmo acostumado com a personalidade não tão silenciosa do amigo, o repreendeu da forma mais doce que conseguiu, dizendo que Harry dormia no andar de cima.

Os olhos arregalados do recém chegado revelaram a incredulidade que ele nutriu por vários minutos. Ele baixou a guarda e voltou ao normal apenas quando descobriu — superficialmente — que algumas coisas haviam mudado drasticamente. Questionado várias vezes, Louis se recusou a dizer o que exatamente tinha mudado. Não se achava no direito de contar uma história que não era sua e também não sabia a opinião de Harry sobre. Decidiu que seria melhor esperá-lo acordar.

Ambos mataram a saudade dividindo o sofá e assistindo ao noticiário da manhã na televisão. Estavam habituados a atividades simples como aquela, uma vez que viviam praticamente juntos no ambiente de trabalho e fora dele.

Os passos de Harry no andar de cima sempre costumavam ser pesados. Louis percebeu a movimentação no quarto saiu do sofá para preparar algo para que comessem. Na rotina que estabeleceram na última semana, eles comeriam cereais com leite morno bem cedinho e sairiam para caminhar pelo quarteirão. Como era domingo e Niall estava ali, imaginou que seria diferente e se deixou levar por um café da manhã mais… gorduroso.

Fritou alguns ovos, bacons e salsichas, tostou pães amanhecidos na frigideira e assou waffles congelados. Decidiu que café e chá não seriam as combinações ideais e, para não perder o costume, espremeu laranjas e fez um suco 100% natural.

Harry desceu quase meia hora depois, vestindo uma calça larga, um cardigã de vô e meias amarelas. Esse não era o estilo que Louis apreciaria em alguém, mas nele caía tão bem…

— Niall, que saudade! — Exclamou animado, feliz em ver o amigo depois de vários dias sem ouvir falar dele. — Aconteceu alguma coisa? Você sumiu…

— Também senti saudades de você, Harold — se levantou para abraçar e passar a mão pelos cabelos do amigo. — Louis não te contou da viagem?

— Poucas coisas…

Os dois se viraram com olhares semicerrados para o dono da casa, que deu um sorrisinho sem graça.

— Em minha defesa, como sei que é uma coisa muito importante e gosto do brilho nos seus olhos quando você fala sobre, decidi esperar que você contasse, Ni — Louis se justificou.

— Que bonitinho, Lou! Só vou deixar passar porque você foi muito fofo falando assim dos meus olhos — piscou exageradamente, arrancando uma risada de Harry.

— Deixa de picaretagem, irlandês!

— Sinto que vocês também tem algo para me contar — sorriu travesso. — Aquele dia que você me ligou… eu sinto muito por não ter te ajudado. O que tinha acontecido?

— Temos? — Harry perguntou. — Você me ajudou sim. Se não fosse aquela mensagem, eu não sei o que seria de mim…

— Ah, fico feliz, então! Mas você ainda vai me contar tudinho, não é, senhor Styles? Com certeza alguma coisa aconteceu para você estar tão coradinho assim — bateu a mão suavemente na bochecha de Harry.

— Coradinho?

— Foi o que eu disse, bobinho!

Com os olhos arregalados, buscou as orbes azuis de Louis, o encontrando sorrindo tranquilamente em sua direção. Não conseguiu não retribuir.

aneurysm • lwt+hesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora