xxv. i'm having our baby

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Rodeados pela temperatura amena das tardes de primavera na cidade e pelo cair gélido da noite, eles costumavam aproveitar bastante aquela época do ano, que ia de março a junho, porque podiam simplesmente sair e ter alguma diversão sem a necessidade de roupas muito grossas. Por isso, sempre que seus horários se encontravam — o que não era muito difícil, eles faziam planos juntos para qualquer lugar longe o suficiente de casa.

Naquela quinta-feira, porém, a programação foi interrompida antes mesmo de ter começado. Eles estavam voltando para casa, completamente irritados, após uma breve espera de vinte e cinco minutos na recepção de um restaurante que Harry jurava ter feito a reserva para que jantassem. Por um erro de um novo funcionário, que registrou em sistema o sobrenome Stytes e a data de nascimento errada, eles acabaram tendo de esperar enquanto o cadastro tentava ser alterado no sistema interno completamente lento.

— Será que eu poderia usar o banheiro, por gentileza? — Harry perguntou sutilmente para a hostess que os acompanhava de perto, se balançando para lá e para cá por conta da vontade de urinar.

— Não podemos liberar sua entrada sem que antes tenha um cadastro, senhor. Sinto muito — ela respondeu profissionalmente o que provavelmente já estava habituada a explicar, demonstrando com seu olhar afetuoso que realmente sentia muito mas que, infelizmente, não poderia ajudá-lo naquele momento.

— Eu preciso muito — insistiu, descontente. — Nós já localizamos o erro, não? Estamos aguardando aqui justamente para corrigi-lo. Prometo que não levo mais de dois minutos...

Habitualmente, ele não teimaria com a funcionária, no entanto, vinha segurando a bexiga desde o momento em que saíram do hospital depois de uma tarde bastante animada e barulhenta com as crianças.

— Sinto muito, senhor Styles. Por uma questão de segurança, não posso liberar sua entrada — ela repetiu a informação que já havia sido dada, firmando a própria postura sobre os sapatos reluzentes de verniz.

— Ok, então nós vamos embora — ele anunciou suavemente, embora claramente insatisfeito, olhando para o médico, que esperava pacientemente olhando através das paredes de vidro para uma televisão próxima ao caixa. — Muito obrigado, senhores, e tenham um bom término de trabalho — agradeceu, se virando e descendo as escadas.

— Mas senhor, já estamos quase-

Ao ver Harry descendo o último degrau e cruzando os braços para ele lá embaixo, Louis agradeceu aos funcionários e o seguiu até o carro, sem saber exatamente o que os levara àquila situação.

Assim que ele destrancou o veículo, o professor adentrou imediatamente e colocou o cinto, pronto para voltar para casa e minimamente satisfeito por saber que se Louis não demorasse tanto, ele estaria urinando nos próximos cinco ou seis minutos.

— Harry, o que foi isso? — O médico perguntou para ele quando sentou no assento do motorista, se virando totalmente na direção dele.

— Por favor, vamos logo — pediu sem qualquer vestígio de paciência. — Eu estou muito apertado, muito mesmo. E eu nunca vi não poder usar o banheiro de um estabelecimento no qual irei comer, isso é extremamente ofensivo.

— Eles só estavam fazendo o trabalho deles... — Louis respondeu em tom desacreditado.

— Sim, e eu, como um filho da mãe natureza, estou quase fazendo o meu aqui dentro desse carro — o mais novo retrucou, olhando para a janela e bufando, mostrando-se totalmente indiferente ao sermão que estava recebendo.

Mesmo contrariado, Louis deu partida, se perguntando por que tamanha grosseria, e mais do que isso, por que tamanha grosseria tão repentina, visto que há menos de uma hora Harry era todo sorrisos, amor e cuidado ao redor dos pacientes, com direito a apenas algumas pausas para... xixi.

aneurysm • lwt+hesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora