O Shawn estava decidido que queria ir até Aspen no final de semana, hoje era quinta-feira, teríamos que partir amanhã cedo.
“Por favor, Ella, não sei mais quanto tempo vou conseguir enrolar o André, já já vamos ter que voltar a trabalhar” ele fazia beicinho toda vez que me pedia, sério, ele era um bebezão.
“Tá bom, bebê chorão” no instante em que as palavras saíram da minha boca ele abriu um sorriso.
“Tem roupas quentes o suficiente?” perguntou.
“Sim, moro no Canadá, só se fosse louca para não ter roupas quentes” respondi.
“Ah, não sei não... Um dia desses você saiu de casa de short e descalça, sem nenhum casaco, se não me falha a memória” ele me pirraçou.
“Lógico, tinha um maníaco ameaçando dirigir bêbado pela cidade se eu não fosse a seu encontro” pirracei de volta.
“Eu já pedi desculpas por isso” ele deu um passo em minha direção, me puxando para seu abraço.
“Eu sei, tava só te provocando” falei, deixando um beijo em sei queixo.
“Claro que estava, é só isso que você faz o tempo todo” ele sorriu pra mim e eu revirei os olhos.
“Tá com fome?” ele perguntou.
“Sim” confessei.
“Vamos tomar café” ele pegou minha mão e andou até a porta.
“Shawn...” parei. Não podíamos sair pra tomar café, não queria ser vista com ele.
“Ella, podemos ir como profissionais, você é minha produtora” ele tentou me convencer.
“Não sei não” com certeza seríamos vistos, ele estava com telefone no ouvido.
“Oi, André” ele falou e meu coração acelerou, o que ele ia fazer?
“Então, tô com algumas músicas novas e como sei que você está viajando com sua esposa nesse tempo que tô em casa compondo, eu gostaria de mostrá-las para a Ella... O que você acha?” ele perguntou ao André, enquanto piscava pra mim.
“Sim, sim, também acho... Você pode me passar o telefone dela?” Ele reprimiu uma risada, ele realmente era um bebezão.
“Obrigado, André. Aproveite o descanso” falou e desligou o telefone.
“Você é muito cara de pau, garoto” falei, cruzando os braços, me esforçando o máximo para não dar risada.
“Vá se arrumar, temos um café da manhã de negócios já já” ele falou, piscando pra mim.
Sequei o cabelo, vesti uma calça jeans, uma t-shirt preta e calcei minha bota, não tinha motivo pra me arrumar mais do que isso. Fui pegar um casaco e vi que o moletom do Shawn ainda estava aqui em casa, da noite que ele me emprestou.
“Veste isso, tá frio lá fora” joguei pra ele.
“Ufa! Pensei que eu teria que passar em casa pra pegar um” ele sorriu, enquanto vestia.
“Nossa, tá muito mais cheiroso com o seu perfume do que com o meu” falou ainda sorrindo.
Ele era tão fofinho, por que não mostrava esse lado dele pras pessoas?
“Vamos, tô com fome” falei caminhando até a porta.
“Espera, você vai precisar levar um fone, eu não estou com o meu aqui” ele falou e eu não entendi.
“Pra ouvir as músicas, eu realmente tenho algumas gravadas aqui no celular e preciso da sua opinião” explicou.
“Pensei que seria um café da manhã romântico disfarçado de café da manhã de trabalho” impliquei.
“Vai ser os dois” ele piscou.
Estávamos comendo panquecas e tomando café, ele realmente tocou algumas músicas pra mim e uma delas me impressionou mais do que qualquer outra, pedi pra ele repetir.
“Taste the poison from your lips, they leave, we're as good as gone… Oh, our love is drunken in, singing me my favorite song… Me and you, we were made to break, I know that's true, but it's much too late… You're perfectly wrong for me and that's why it's so hard to leave, yeah, you're perfectly wrong for me… You're perfectly wrong for me all the stars in the sky could see why you're perfectly wrong for me…”
Ouvi a música duas vezes seguidas, era linda.
“Gostou dessa?” ele parecia curioso.
“Gostei de todas, mas essa é linda e muito pessoal, as pessoas vão se identificar de uma forma diferente e isso é muito bom” eu estava sendo sincera e profissional naquele momento.
“Eu escrevi essa música depois que você me deixou largado no meio da minha sala, talvez por isso seja tão pessoal” ele falou, olhando no meu olho.
“Você não tá falando serio” ele não podia ter escrito aquela música pra mim...
“Estou, a melodia também está praticamente pronta, trabalhei nela durante os dois dias em que estava te dando seu tempo” ele explicou.
“Shawn...” eu senti meu coração transbordar.
Ele apenas sorriu e apertou minha mão por uma fração de segundo, isso também me fazia muito feliz. Não o fato dele não segurar minha mão e sim o fato dele respeitar que eu não queria ser flagrada com ele ainda.
“Termina seu café, precisamos fazer as malas” ele falou e eu continuei a comer.
O Jake nos encontrou no café que era próximo a minha casa, nós tínhamos ido a pé até lá.
“Bom dia, Ella” ele falou quando o encontrei na frente do café.
“Bom dia, Jake. Não te vi chegar. Não quer um café? Tá frio aqui fora” respondi.
“Não precisa, tá tudo bem” ele sorriu pra mim.
“Nós vamos te deixar em casa e eu vou até a minha para fazer a mala enquanto você prepara a sua, ok?” ele falou e eu concordei com a cabeça.
“Tive que contar pro Jake, a propósito. Ele não me deixaria viajar sem ele sem saber que era uma viagem romântica” ele falou, eu corei, e o Jake deu uma gargalhada.
“O que você fez com esse garoto, Ella?” Jake me perguntou.
“Não sei” falei dando de ombros, eu tava com muita vergonha.
“Eu sei, se você quiser eu respondo a pergunta dele por você” ele piscou.
“Cala a boca!” falei entrando no carro.
Os dois sorriram e fizeram o mesmo que eu.
Fiquei no meu prédio, Shawn me deu um beijo antes de eu descer do carro.
Subi e comecei a arrumar minha mala.
É isso, eu estava indo à Aspen para uma viagem romântica com o Shawn Mendes que tinha escrito uma música pra mim.
Dei uma risada, quando eu imaginei que isso fosse acontecer?
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Perfectly Wrong
फैनफिक्शनElla, uma produtora musical de 25 anos, é indicada por seu amigo André para integrar a equipe do jovem cantor canadense, Shawn Mendes. Ao aceitar o emprego, ela não faz a menor ideia da loucura em que está se metendo.
