• Capítulo 9: Elisa •

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23.02


Enquanto eu encarava o prato em meu colo com a pizza requentada de ontem, recordava de exatamente cada parte de meu momento na garagem com Elisa. Imersa em meus pensamentos voltados àquela garota, não consegui focar na tela da televisão a minha frente e nem em nada mais. Eu tentei estrear a leitura do livro Contos do Beedle, que ganhei de presente no natal, tentei começar uma nova pintura e até dançar em frente ao espelho, mas não me concentrei totalmente em nenhuma dessas atividades.

E isso me deixou intensamente desesperada. Eu era uma jovem de dezessete anos, com os hormônios à flor da pele e uma TPM emocionalmente destruidora. O barulho da faca cortando a massa de minha comida e rangendo quando entrava em atrito com a louça, me irritava. O som dos biscoitos sendo quebrados pelos dentes afiados de Dakota e a sua mastigação, me tiravam do sério. Não suportei assistir mais cinco minutos de Glee mesmo tendo maratonado os episódios da segunda temporada anteontem. O meu próprio estresse me aborrecia.

Hoje é domingo, passei a manhã toda encarando o céu através da janela de meu quarto. Mandei duas mensagens para Elisa após ela sair de minha casa, mas esta não deu sinal de vida desde sexta-feira. A possibilidade de que ela estivesse mal me incomodava mais do que tudo que conseguiu me tirar do sério.

No sábado eu fui à praia e caminhei por grande parte da orla na esperança de que a visse, mas ela não apareceu. Até pensei em ir a sua residência, mas depois isso me pareceu muito drástico demais. Na segunda-feira, o colégio retorna com as aulas, e tudo poderá ser esclarecido. Era o que me acalmava.

Na tarde branda daquele dia, as únicas pessoas que vi foram Jordan Pierce e dois amigos seus, que nem se quer sei os nomes. Jordan é o típico garoto exibido da escola, que vez ou outra decide atormentar seus colegas de classe com alguns dramas e brincadeiras sem graça. Não tenho uma opinião bem formada sobre ele, mas também não sinto que isso importa.

Ainda ontem, pelo fim da tarde, meus pais finalmente retornaram da viagem, com as malas mais recheadas de quando saíram e repletos de pastas com papéis em mãos. Nós não nos víamos há um tempo considerável, então foi uma explosão de sentimentos para uma pessoa só sentir. Assim que Dakota viu seus rostos cansados e suas respectivas bagagens no terraço, ela não conseguiu controlar o choro e provocou quase um dilúvio dentro de nossa casa. Nós quatro passamos o começo da noite bebendo chocolate quente e conversando sobre algumas aventuras que os dois enfrentaram. Uma das melhores de ouvir foi a experiência deles nos mergulhos com tubarões.

Na hora do jantar, foi totalmente nostálgico observá-los cozinhando juntos, com minha irmã teimando em sentar-se no balcão de mármore. De onde eu estava na sala, dava para ouvi-los rindo na cozinha enquanto preparavam a lasanha vegetariana da vó Charlotte. Já hoje, eles focaram mais em continuar escrevendo suas pesquisas. E Dakota, com a vida social mais movimentada que a minha, foi à tarde para o aniversário de um de seus amigos do colégio.

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