• Capítulo 11: Nada de errado •

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— Tem alguma escada? — questionou, ainda sorrindo e olhando para mim

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— Tem alguma escada? — questionou, ainda sorrindo e olhando para mim.

— Tem uma na garagem — respondi, com cuidado para não falar alto demais e chamar a atenção de meus pais. — Vai subir por aqui?

Antes que pudesse ser respondida, ela saiu, parecendo ir à procura do objeto. Não demorou para que retornasse carregando-o consigo. Fiquei em silêncio, observando-a e descrente do que estava acontecendo. Só conseguia pensar no que Peter pensaria ao ver aquela cena.

Após a escada ser encostada na parede e posicionada em direção a minha janela, Elisa iniciou sua subida cautelosa. Eu me sentia em um filme romântico meloso e meu corpo reagia de acordo, de repente eu estava trancando a porta de meu quarto e controlando meu sorriso enquanto dezenas de borboletas consumiam meu estômago como seres famintos.

Aproveitei os segundos livres que tinha para lavar meu rosto e tirar os tênis que ainda estava usando. Assim que terminou de subir e pôs os pés no quarto, ela me fitou.

— Como sabia que eu já estava em casa?

— Juro que não fiquei na praia esperando você passar para então vir até aqui.

A garota ainda estava perto do local pelo qual entrou, e eu, mais afastada, próxima ao banheiro. Estávamos estáticas como se não soubéssemos como agir uma com a outra. Elisa às vezes dirigia seu olhar para os objetos no meu quarto, eu batia levemente e freneticamente com meus dedos na madeira da lateral do guarda-roupa.

— E por acaso a senhorita desconhece o uso de uma porta?

— Ouvi seus pais conversando algo que me pareceu sério, então não quis atrapalhar. Preferi entrar em grande estilo — falou, rindo logo em seguida.

E então a loira andou até mim, abraçando-me com força. Ela colocou seus braços ao redor de minha cintura e moveu sua cabeça, apoiando-a em meu ombro direito. Fechei os olhos procurando apreciar melhor cada segundo daquele ato. Consegui sentir o cheiro de coco em seu cabelo e um perfume fresco em sua pele aveludada.

O único som que nos alcançava era o canto de alguns pássaros e uma música antiga que os vizinhos colocaram para tocar. Elisa retirou uma de suas mãos de mim e a mergulhou em meu cabelo, me acariciando lentamente. Pude sentir cada átomo do meu ser sendo contemplado com aquele abraço reconfortante.

Eu me senti em casa.

— Espero que não se importe.

— Tá tudo bem? — indaguei, acariciando algumas mechas suas.

— Não sei.

— Quer conversar?

Nesse momento a garota parou de mexer em meus fios e respirou fundo, parecia se preparar para falar algo que talvez não quisesse citar.

— Depois.

Permanecemos assim por alguns minutos, até que vagarosamente fomos distanciando nossos corpos. Fitei seu cenho sereno, suas bochechas estavam rosadas e um sorriso parecia querer surgir em seus lábios vermelhos.

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