Capítulo 5

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Respiro fundo várias e várias vezes antes de entrar em casa. Não sei como, sinceramente, não sei como vou contar para eles que não vou fazer a oficina de cálculo que eu disse que ia fazer. Não sei o que vou falar e como vou falar que entrei em uma de artes, mas com certeza descarto a ideia de dizer que Jared me fez me inscrever. Minhas mãos começam a soar, e guardo o papel escrito tudo que se passou e ainda está passando na minha mente sobre isso, já que essa situação me preocupou a aula toda, mas como não vi Jared muito hoje, na que não temos muitas aulas juntos hoje, e ele ficou conversando com Rosaly, por algum motivo que não sei, ele não viu o quanto estou preocupada com a reação da minha família e com medo que eles não gostem da oficina e também que eu não ter escolhido a oficina que eles me falaram, e a que iria me ajudar mais na faculdade e no trabalho mais para frente. Mas de um lado isso foi bom, não quero que ele pense que fiquei mal pela escolha da oficina de artes.

Respiro fundo de novo e resolvo entrar em casa. Minha mãe está na sala mechendo no telefone, mas não vejo papai nem meus tios.

- Oi filha! - ela sorri, e eu tento também, para não passar nenhuma preocupação. Passo as mãos na calça jeans para secar o suor. - tudo bem?

-Tudo sim mãe, e... - procuro algum jeito de contar para ela dá oficina, mas nada surge em minha mente, e não quero mentir. - Eu entrei para uma oficina - ela sorri, e eu me senti ao lado dela no sofá. - Só que não é para a de cálculo, é para a de artes, mas vou ver com Susan amanhã, talvez eu consiga entrar em duas, aí eu me inscrevo na de cálculo também. - digo um tanto rápido, mamãe faz uma cara confusa, mas depois parece entender.


- Tudo bem filha, mas o que te fez mudar de ideia? - arregalo os olhos sem saber o que responder. mas o seu telefone começa tocar em sua mão - tenho que atender, é do trabalho - assinto feliz e aliviada, por não ter que responder. Me levanto e vou para o meu quarto, tomo um banho e escolho uma roupa mais quentinha por causa do frio e saio do quarto, minha mãe ainda está conversando no telefone então vou direto para a cozinha. Me sento na mesa de jantar e olho em volta para ver se vejo meus tios e meu pai que até agora não faço ideia de onde eles estão, mas ainda me preocupo um pouco com o que vou falar para eles quando eles e mamãe me perguntarem o porquê de eu ter desistido da oficina de cálculo. Respiro fundo.
Realmente não sei o que vou falar, sei que eu ou mamãe vai contar para eles, e com certeza vão querer saber o que me fez desistir, se eu contar que foi de alguma forma por causa do meu colega, não consigo nem pensar nas milhares de coisas que eles vão me perguntar e no que eles vão pensar disso, ou eu posso estar exagerando, mas no momento, nem eu mesma sei.


-Ally? - a voz da minha mãe interrompe meus pensamentos, me viro em direção a porta e a vejo olhar para mim com uma expressão meia confusa, acho que fiquei tempo demais olhando para o nada pensando.


-Sim?


-Tudo bem? - ela pergunta e entra na cozinha. Sorrio para não preocupa-la e assinto


- Só estava pensando. Onde está todo mundo? - pergunto mudando de assunto.


- Foram no escritório resolver algumas coisas. Já quer almoçar?- Assinto. - Bom, eu também, - acabo rindo um pouco, me aliviando por ela não insistir no assunto, não agora. - então o que acha de vir aqui me ajudar a terminar tudo isso e em seguida nós almoçamos? - me levanto animada para ajuda-la a terminar a comida, sempre gostei de cozinhar com minha mãe.

{...}

Não é muito fácil, não me deixa cem por cento confortável, porém sei que é o certo, e que nem sempre o que a gente precisa, nós enxergamos de primeira que é o que nós precisamos. Continuo tentando ver isso, e mesmo não enxergando por completo tudo isso, confio, mesmo não querendo isso eu confio, e sei que vai ser o melhor, eu sei que vai, e eu não posso deixar vocês na mão, vocês que fazem de tudo por mim, que planejaram isso dês de sempre, que sonharam isso para mim...


-Ally! - me levanto da cama assim que ouço a voz da minha tia na varanda, e como prometido, quando disse que quando ela precisasse de ajuda, ela me chamasse, saí rápido do quarto e fui em direção a varanda e acho minha tia equilibrando um quadro na parede. - Olha aqui florzinha, acha que assim está bom? - olho um pouco o quadro, tem um tempo que papai e mamãe o ganharam.


- Para mim, parece bom. O que a senhora acha? - ela olha um pouco e depois volta a olhar para mim.


- Segura aqui, - ando um pouco até alcançar a parede e seguro o quadro da mesma forma que minha tia estava segurando. Ela analisa o quadro por um tempo - Acho que está bom mesmo, obrigada florzinha


- Por nada Tia. - ajudo ela a prender o quadro no parede, e em seguida analisamos o resultado.


- Sabe o que eu tava pensando - ela diz sem me encarar


- O que? - assim que falo ela olha para mim


- Você podia sair um pouco, olha, tem uma lanchonete bem legal, e não é longe - ela diz sorrindo, não costumo sair sozinha, mas não sei o porquê de eu até estar considerando a ideia, Acho que vai ser legal sair um pouco,  e também acho que papai e mamãe vão achar um pouco estranho eu sair de casa sozinha e assim do nada, mas tenho certeza de que tia vai dizer que é ideia dela.


- Gostei da ideia Tia - ela sorri e eu junto.

{...}

Como eu já pensava meus pais acharam um pouco estranho, mas também como eu pensava, tia disse que era ideia dela, aí sim eles entenderam, não sou muito de sair sozinha. Fecho o portão e começo andar de bicicleta, tem algum tempo que não ando de bicicleta, é uma sensação boa, meu telefone começa tocar uma música de Coldplay no fone de ouvido que coloquei, o sol bate fraquinho no meu rosto, nunca tinha percebido como a rua perto daqui de casa é bonita, cheia de árvores e algumas flores perto das casas.
Tento não pensar muito e só respirar fundo, não sei porquê mas me faz ter uma sensação tão boa, me sentir tão bem. Nem preocupo com o vento bagunçando meu cabelo solto, na verdade estou até gostando,
Muito mesmo.

Paro na frente do lugar que minha tia tinha me dito, é bem bonito e não parece ter muita gente. Assim que entro um sininho toca pela porta que é aberta. Me sento em uma mesa, e tiro o telefone da bolsa, mando uma mensagem para mamãe dizendo que cheguei, e tiro os fones do ouvido.

-Boa tarde! - uma moça vem me atender sorridente e me entrega o cardápio - vou deixar o cardápio aqui para você dar uma olhada e já volto para anotar seu pedido.

- Obrigada - digo e ela assente e sai para atender uma mesa com um casal.
Olho um pouco o cardápio, um pouco indecisa com o que pedir, até alguém tocar no meu ombro.

Oiiiii genteeee

Tá aí mais um capítulo, não foi muito bem revisado então peço paciência, eu espero que gostem ♥️

Abraços ♥️

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