Stella

Capitulo 17

— Stella, você já olhou seu boletim desse semestre? — minha mãe me olhou enquanto checava seus e-mails no MacBook.

— Ainda não e nem vou olhar..— falei com desdém deitada no sofá e ela ergueu os olhos sobre mim tirando seus óculos de grau.

— Se você não olhar, eu vou! — respondeu séria.

O silêncio reinou e eu fiquei mexendo entediada no celular. Até ela arrastar uma tosse e fazer eu erguer os olhos.

— Suas notas estão péssimas, como deixou chegar nesse ponto ? O que anda fazendo nessa faculdade, brincando? — disse irritada e eu bufei me sentando no sofá.

— Sabe a real mãe ? Eu não estou satisfeita com a porra desse curso.. — suspirei e ela me lançou um olhar de repreensão por conta do palavrão. — Não estou indo bem e não quero fazer algo que eu não goste, não quero me sentir insatisfeita.

— Ah é? E o que pensa em fazer? Virar uma dessas ativistas sustentadas pelos pais pelo resto da vida? Olha, o seu irmão já está quase se formando e..

— Eu não sou como meu irmão mãe, eu não quero ser como ele. E acho que já decidi o que eu quero fazer..— a interrompi — Publicidade e propaganda. — falei decidida e ela gargalhou alto.

Aquela risada de desprezo me deixou totalmente sem chão e com mais raiva ainda.

— Você não vai fazer isso nunca querida, vai morrer de fome. Só estamos pensando no seu futuro Stella!

— Muito obrigada pela preocupação, mas foda-se. É isso que eu quero.. e não adianta me forçar mais.. — disse com calma e ela bufou.

— Me respeita mocinha.. e não pense que é dona do seu nariz porque você não é. Enquanto você estiver debaixo desse teto, ainda vai estar sobre as minhas responsabilidades. Dentro da minha casa você não tem autoridade nenhuma! —sua fala soou ríspida e autoritária, como se estivesse sobre um palacete.

Fechei os olhos devagar e suspirei tentando manter a calma e não surtar de vez.

— Não ouse em discutir comigo filha, nós já estamos fartos de te dar lição de moral.. por favor se controle! — continuou antes que eu pudesse falar algo.

— Pois bem, eu irei arrumar um emprego e me virar, não preciso depender de vocês! — levantei pisando fundo indo em direção ao meu quarto.

— Boa sorte querida, você vai precisar!— minha mãe retrucou alto e eu apenas ignorei.

Entrei no meu quarto e senti algo salgado escorrer pelas minhas bochechas, chorar era uma das coisas que eu mais odiava fazer, odeio chorar por qualquer motivo que seja.

Me debrucei sobre a minha cama e encolhi entre os travesseiros.