Capitulo 29

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— Filho acorda, Gustavo abre essa porta! — minha mãe me acordava dando batidas na porta do meu quarto

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— Filho acorda, Gustavo abre essa porta! — minha mãe me acordava dando batidas na porta do meu quarto.

Olhei de relance o meu celular e eram exatamente 2:30 da manhã, mas que diabos quer esse horário ?

Gabriela dormia junto à mim feito um anjo, eu não vou acorda-lá, sai de fininho por entre as cobertas.

— O que foi agora? — falei baixo assim que abri.

Seus olhos eram vermelhos e ela chorava sem parar, meu pai atrás dela tentava acama-lá.

— Sua irmã.. a polícia acabou de nos ligar, o policial Dantas me conhece e me ligou assim que reconheceu que era ela, a Stella sofreu um acidente na marginal 168! — meu pai tomou frente.

— Mas que droga! Que porra, com quem ela estava? — meu sangue ferveu só de imaginar que poderia ser culpa daquela maldita amizade dela com a Carmel.

— Não sabemos filho, estamos indo pra lá, você vai?— minha mãe falou rápido.

Avisei a Gabi e ela rapidamente se levantou e vestiu as suas roupas, estava nervosa assim como eu e não sabia direito o que pensar.

Fomos em dois carros em direção ao tal local do acidente.

(...)

Fomos pra uma estrada deserta que foi tomada por um movimento de carros no acostamento, a BMW preta estava em pedaços, deu perda total.

Os paramédicos e os policiais tão aflitos e pareciam preocupados, meus pais foram correndo saber onde estava minha irmã.

— Cadê ela ? Onde minha filha está? — minha mãe disse aos prantos para um dos paramédicos.

— Conseguimos tirar o corpo dela dos escombros, e está muito machucada e inconsciente.. infelizmente não sabemos se ela vai resistir..— uma mulher falou cabisbaixa.

Choro, angústia e medo.. meu pai tentava de todo os jeitos acalmar minha mãe, mas era bem impossível.

Gabriela me abraçava ainda incrédula, minha irmã está deitada em uma maca e com muito sangue pelas suas vestes, os paramédicos já estavam prontos para levá-la na ambulância.

— Quem estava dirigindo exatamente? — meu pai questionou á um dos policiais.

— Não sabemos ao certo, mas só tinha duas pessoas no carro, o homem que estava no volante ainda não conseguimos retirar dos escombros, mas parece que está morto.. — exclamou.

Acordei com o barulho do meu celular tocando, eram 6:40 da manhã de um sábado e eu não estou afim de saber quem era, mas mesmo assim atendi

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Acordei com o barulho do meu celular tocando, eram 6:40 da manhã de um sábado e eu não estou afim de saber quem era, mas mesmo assim atendi.

Que caralho!

Meu coração disparou assim que soube da notícia, eu senti coisas que nem eu sabia que poderia sentir, achei que estava tendo um ataque de pânico ou algo assim.

Tomei uma ducha e corri para o hospital.

Stella se acidentou e não sabíamos se poderia sair dessa viva, só de pensar na possibilidade de alguma coisa ruim acontecer com ela eu simplesmente perco a cabeça.

— Onde ela está? — pergunto á Gabriela que está sentada em uma das cadeiras da recepção.

— Na UTI..— ela disse cabisbaixa.

— Como assim ela está na UTI? — me desespero.

— O acidente foi bem grave, não sabemos o que aconteceu direito.

Me sentei ao seu lado de cabeça baixa, mas ouvi uns passos se aproximarem, era Carmel. Ela estava com os olhos fundos e parecia desolada.

— Vai ficar tudo bem..— se sentou ao meu lado e deu alguns tapinhas nas minhas costas.

— Eu sei que vai..— sussurrei.

Seus pais e Guga estão na UTI, e lá não pode entrar muita gente e acho que três é o máximo. As minhas pernas balançavam involuntariamente e eu só queria vê-la.

(..)

Horas se passaram e por fim pude entrar na UTI, ela estava insconsciente e cheia de tubos em seu corpo, e alguns machucados na testa e nas mãos.

Soube que o homem que estaria no voltante havia morrido, e ninguém fazia ideia de quem era, exceto Carmel, que ficou meio mexida quando soube de toda a notícia.

Acariciei os seus cabelos loiros enquanto os tubos de oxigênio entravam em seu nariz.

Não estou preparado pra perdê-la desse jeito, perder a menina que fez meu coração sair pela boca, perder a menina que tem o melhor beijo e a melhor transa de toda minha vida.

Perder a menina que me deixa sem ar todas as vezes que nos falamos, perder Stella definitivamente não era uma opção.

Antes de sair selei um beijo molhado em sua testa.

— Você vai ficar bem..— eu sussurrei perto dos seus ouvidos, mesmo ela estando em estado vegetativo eu sei que ela iria me ouvir.

O Ravi morreu e já estava vendo tudo desmoronar, o pessoal do clube tinha sido avisado sobre o ocorrido e todos ficaram assustados e sem entender nada

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O Ravi morreu e já estava vendo tudo desmoronar, o pessoal do clube tinha sido avisado sobre o ocorrido e todos ficaram assustados e sem entender nada.

Mas no fundo ele teve o que mereceu, e não foi culpa da Stella, isso era o seu destino final. Só não contava que a minha melhor amiga iria sofrer também.

A perícia iria ser feita corretamente, mas eu sei que tudo iria acabar em..

" Um senhor de meia idade e sua namorada mais jovem, sofrem um acidente na marginal 168"

E por fim.. ele não iria ser preso e nem pagar pelo crime que cometeu, mas acredito que o castigo da morte é bem pior.

— Você sabia que Stella estava com esse cara né? — Gustavo questionou me fazendo sair do transe.

— Não, eu não sabia de nada! — menti.

— Minha irmã fica quase 24 horas ao seu lado, não se faça de sonsa..

— Gustavo por favor, se acalme, vamos tomar um café.. — graças ao bom Deus a sua namorada perfeita chegou e o tirou de lá antes que pudesse responder algo.

Suspirou pesadamente e se deu por vencido, falei um "obrigado" baixinho antes que ele pudesse ver, e ela sorriu piscando um dos olhos.

Sei que uma hora ou outra eles vão me encurralar novamente.

Que cacete.

Stella Where stories live. Discover now