+18
"Ela é filha do fogo..
Primeiro ela te queima, depois ela te beija, e é assim que você morre amor. É quem carrega o verão nos fios de cabelo, é quem recebeu o beijo do sol, é alma que transborda luz."
Já se perdeu algumas vezes no caminho, mas q...
Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.
— Não consegui esperar pra te ver! — Carmel veio rápido na minha direção. Ela apareceu antes mesmo que eu pudesse ir atrás dela. Eu já tinha pretendido que precisava ter uma conversa com ela, mas não hoje. Não estava com cabeça pra isso.
Já havia chegado da agência. Tô cansada e preciso urgente comer alguma coisa. Não esperava essa sua visita repentina.. encara-lá não é nada fácil. Porém ela decidiu aparecer aqui sem eu menos pensar. Na real, já conhecendo esse jeito todo estranho de ser.. isso era de prever. Uma hora ou outra viria até mim, querendo ou não.
— Oi Mel.. — forcei um sorriso, mas não me movi durante o abraço apertado que ela me deu. Não consegui esboçar reação alguma.
— O que foi? — perguntou entusiasmada indo para a cozinha, como se já fosse de "casa".
— Nada. — suspirei — Só to cansada com os afazeres mesmo.. — a segui, sem emoção.
— Essa agência consome toda a sua energia, que coisa mais estressante! — abriu rápido a geladeira e pegou um pouco de refrigerante e pôs num copo de vidro. Deu um gole generoso e um suspiro de alívio.
— Eu gosto bastante. Sabe, hoje decidi que queria andar lá por perto, fui até uma padaria..— comecei falando sobre o meu dia, enquanto Carmel prestava muita atenção em cada palavra.
Ela sentou numa bancada de mármore e acomodou o copo no meio das suas coxas.
— E eu encontrei Thomás.. lembra dele? — perguntei com certa "naturalidade". E com um pingo de ironia também.
— Thomás? — sua feição ficou séria — O que ele estava fazendo lá?
— Nada demais, disse que sempre frequenta aquele lugar. Mundo pequeno, não? — repeti a mesma frase que o Thomás havia dito quando me viu na padaria.
— É.. bem pequeno!— era nítido a sua preocupação. Porém, ela tentou soltar um riso.
— Ele me algo que deixou um pouco intrigada. Na verdade, queria conversar com você. — os meus olhos eram puro gelo, não soube disfarçar o meu incômodo.
— Sobre o que? O quê o imbecil te disse? — revirou os olhos, sem nenhuma paciência.
— Disse que naquele dia que fomos no hotel.. foi você que armou tudo aquilo só pra me ferrar! Você mandou a tal mensagem pro Felipe se passando por mim! — segurei toda emoção, não iria dar o gosto de chorar na sua frente.
— Como é que é? — se fez de desentendida soltando um riso sem humor.
— Sim, isso mesmo que você ouviu. E eu fiquei tão pasma.. tão chocada, que não quis acreditar.
— Ele está delirando. Isso é mentira Stella, eu jamais faria isso, jamais mesmo! — falou melancólica. Com os olhos puro fogo, sentia muita pena.. pois aquele seu olhar não me passava confiança mais.
