Capitulo 57

3.1K 175 124
                                    


Parte de mim entende a tua partida
Outra parte morre de saudades.

  Parte de mim entende a tua partidaOutra parte morre de saudades

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Encaro o relógio de parede sem parar.

Liguei pro pessoal da agência e disse que iria atrasar um pouco. Penteio rápido meus cabelos sentada no sofá, vendo a chuva cair lá fora. Clima daqui do Rio é bem louco, do nada começou a cair maior temporal.

Olhei as mensagens de novo e não tem nenhuma nova, droga. Após uns minutos o interfone tocou alto, meu coração acelerou e corri pra atender.

— Felipe, aqui na portaria..
— Pode subir.
— Ok.

Ele estava subindo e deixei a porta aberta. Me sentei no sofá novamente e o aguardei entrar, os trovões e relâmpagos me dão pequenos sustos a cada minuto.

— Oi.. — sua voz abafada ecoou por toda casa.

Tirou o seu casaco preto e pendurou atrás da porta. Bagunçou os cabelos tirando os últimos resquícios de água.

— Oi — sorri de leve — Se molhou muito né ? Vou pegar uma toalha.

Peguei a primeira toalha que eu vi pendurada no banheiro. Entreguei pra ele, que murmurou um agradecimento.

— Eaí, tudo bem?

— Mais ou menos.. e você?

— Tô seguindo..— voltei a me sentar.

O silêncio era inevitável, não conseguia olhá-lo de frente, não conseguia encara-lo.

— Senti sua falta.. — sua voz rouca acabava comigo, sentia calafrios.

Nem os livros, nem os terapeutas, nem nada explica tudo que se move aqui dentro quando você me olha.

— Eu também.— respondi sem medir as palavras.

Ele se sentou próximo a mim e eu afastei um pouco. Meus músculos contraíram todas ás vezes que ele se aproximava.

— O que foi fazer comigo, hein? — murmurou.

— Não sei.. eu que te pergunto. — sorri fraco.

— Preciso te contar uma coisa. — desviou rápido o olhar, mudando de assunto.

— Que coisa?

Ele encarou o chão por uns instantes. Tentando dar uma pausa e refletir sobre o que iria dizer.

— Cecília..

— O que tem ela?

— Tá grávida. — falou tão baixo que quase não pude escutar.

— Quê? — sussurrei boquiaberta.

Aquelas palavras tinha sido pior que qualquer outra coisa que ele poderia dizer. Meus olhos se encheram d'água instantaneamente, não conseguir controlar as emoções.

Stella Where stories live. Discover now