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"Ela é filha do fogo..
Primeiro ela te queima, depois ela te beija, e é assim que você morre amor. É quem carrega o verão nos fios de cabelo, é quem recebeu o beijo do sol, é alma que transborda luz."
Já se perdeu algumas vezes no caminho, mas q...
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Cecília só sabia chorar e soluçar na ligação, não deu pra ouvir quase nada. Está barulhenta e só falhava muito a sua voz. Tentei acalma-lá mas foi em vão.
Stella apenas me encarava aflita e confusa, querendo saber o que estava rolando.
— O que foi? — sussurrou.
— Não sei.. ela só sabe chorar.. to entendendo nada — respondi baixo.
— Pode falar devagar, por favor? — E-eu, preciso falar com você, é um assunto muito sério e não sei dizer isso por ligação — falou com a voz embargada. — Tá tudo bem, só tenta ficar calma porra.. — Não da Felipe, não dá. Eu acabei de voltar do hospital e tenho duas notícias.. — voltou a chorar desesperadamente. — Quê? Pode me contar amanhã? — Sim, eu vou aí. Não quero que venha aqui na casa dos meus pais, eles tão abalados com a situação e não quero criar mais confusão. — Você tá me deixando preocupado cara, o que tá rolando Cecília? — Amanhã a gente conversa. — fungou o nariz.
Encaramos a ligação e meu peito apertou. Comecei a imaginar mil coisas e a pensar em infinitas coisas ao mesmo tempo. Deixei o celular no balcão e esfreguei os olhos tentando ficar mais calmo.
— Que foi? O que aconteceu? — Stella se aproximou pegando em meus ombros levemente.
— Não faço ideia, Cecília só disse que quer conversar muito sério comigo amanhã.. ela não para de chorar e se lamentar, não entendi nada.. — suspirei e peguei em seus cabelos tirando alguns fios do seu rosto.
— Fiquei tensa, sei lá, senti um aperto no peito — ela se distanciou e se sentou na beirada da cama.
— Também..
— E se ela tiver grávida? — ela me fitou com os olhos assustados e apavorados.
— Caralho, eu pensei a mesma coisa. E eu não vou abandonar o nosso filho caso ela estiver, mas sei lá.. é foda e não gosto nem de pensar. — me deitei dando alguns suspiros profundos.
— É eu sei, só não quero que ela tente separar nós dois.. porque isso não vai acontecer nunca mais.. — veio até mim e se aconchegou nos meus braços, me abraçando confortavelmente de lado.
— Não mesmo. Agora já era, tamo junto pra sempre — acariciei as suas costas despidas.
Ela soltou um riso baixo e apenas assentiu.
Não vimos quando adormecemos, estávamos muito cansados pós aquela transa dos deuses que tivemos. Eu estava de fato, morrendo de saudades de dormir desse jeito, abraçado com ela, sentindo seu cheiro e a sua pele macia e o seu corpo nu entrar em contato com o meu. Não tem maneira melhor de encerrar o dia.
