Capítulo 1- Quem quer ser uma princesa?

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Olá, queridos leitores! Mesmo que tudo pareça perdido, não desista de sonhar, de crer em Jesus, Ele muda sua história! Ore, busque Sua Presença, Ele vai te ouvir! Respire!

A música é especial para mim: A casa é Sua de Casa Worship. Esse livro é totalmente de Jesus, inspirado pelo Espírito Santo. Deixe que Jesus entre em seu coração e sente em um trono aí dentro!

Na foto, nosso querido país fictício de Acaia, o castelo real! 

Boa leitura! Se gostar, dê estrelinha e comente o que está achando, ok?

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Sentindo a capa macia de veludo sobre sua roupa de gala, Richard Solomon sentou-se no trono ao lado direito do de seu pai, o rei Christopher Brown, e suspirou. Mais uma vez notava a grossa camada de tensão que rondava o povo, embora naquela festa tentassem sorrir e parecer que tudo estava bem.

Rumores corriam pelo reino, dizendo que o rei teria agido cruelmente contra certa pessoa que sabia de um grande segredo seu. Segredo esse que ainda não havia sido revelado. Mas depois de ir embora, o tal homem ameaçado resolveu lançar a todos que o revelaria e este segredo era tão poderoso que faria o rei ser deposto e a família real deixar de reinar.

Apesar da economia ser próspera em Acaia e a qualidade de vida ser excelente, a primazia pela verdade era sempre uma exigência daquele povo. Não queriam ser enganados.

O rei, então, resolveu que nada melhor que um casamento para solidificar o relacionamento da coroa com seus súditos e claro, desviar a atenção deles para outro lugar que não fossem essas fofocas prejudiciais à família real. E o joguete da vez seria Richard. Ele sabia que devia se sacrificar pela nação e pelo trono um dia. Mas ainda possuía um fio de esperança de se casar por amor.

Era tradição, no feriado de natal, todos as famílias do reino irem a um baile no castelo. Embora o Rei tivesse medo de alguma represália, resolveu anunciar que o príncipe estava disposto a se casar e que seu coração ansiava por isso. O pobre rapaz que mantinha uma coroa em sua cabeça queria era estar na pele de qualquer outro jovem de vinte e seis anos menos na sua própria.

— Nessa noite gloriosa, em que vejo a bênção de Deus nas famílias no nosso tão querido país, quero revelar que o príncipe Richard está desejando se casar. –Abriu um lindo sorriso.

Um grande "oh" foi ouvido em meio a todos e burburinhos e risadas entre as jovens donzelas que queriam o posto de princesa e futura rainha.

Diante de todos o príncipe se forçou a um sorriso se perguntando que tipo de esposa queria e iria ter. Seu estômago embrulhou em expectativa. Era seu futuro ali, não deveria deixar o amor acontecer quando ele quisesse, mas tentar forçar, fazer existir? Mesmo que pelo motivo tão forte de unir o povo? Será que existiria amor, mesmo que com o tempo?

Depois de uma conversa acalorada antes do baile, o príncipe bateu o pé e disse ao pai que não iria se casar no escuro, sem antes conhecer aquela que estaria ao seu lado minunciosamente e ele, o rei, poderia aproveitar para que a atenção do povo se voltasse para isso e não para os maus rumores. Os dois sairiam ganhando. E o rei aceitou. Portanto, em seguida em seu pronunciamento, disse:

— Todos sabem que o nosso reino de Acaia recebe de braços abertos povos de outros países. Porém, isso não implica dizer que o trono de princesa ao lado de Richard, poderia ser preenchido por uma jovem que não for de nosso país. Então, povo de Acaia, que dentre suas mais excelentes e lindas donzelas, saia nossa futura rainha e mãe da nação!

Todos ovacionaram, umas com certo desgosto por terem muitas adversárias e outras felizes por terem essa chance.

— Funcionará assim: Cada uma das candidatas enviará suas informações com fotos para o palácio. Dentro de algumas semanas o príncipe já terá selecionado algumas e terá alguns encontros com elas. A partir daí ele irá escolher aquela que mais lhe agradar e que tiver afinidade, quem sabe se apaixonar e, então, após alguns meses, se casarão. Então, quem quer ser uma princesa?

O príncipe colocou o melhor sorriso que pôde mesmo com o pânico revirando seu estômago e esmagando seu peito. Era como uma cirurgia marcada para determinado dia e ele não sabia bem como seria após ela. O medo se concentrava mais em escolher a garota errada, sem o caráter que ele queria, ou a doçura que ele sonhava.

O rei continuou falando sobre algumas obras que haviam sido construídas para o bem-estar da população, como dois hospitais novos com ala pediátrica para crianças com câncer e para pessoas portadoras de doenças do coração. Foi aplaudido por todos e o príncipe foi ao banheiro. Em seu trajeto, encontrou um velho amigo, Moisés, que disse:

— Não acredito que vai se amarrar!? –Gargalhou.

— Nem eu, mas está na hora. –Passou a mão em seus cabelos negros e suspirou.

—Está muito tenso. Mas sabe o que vim te contar? –Perguntou o jovem negro empreendedor de turismo.

— Não, mas precisa ser rápido, tenho que convidar as jovens donzelas a dançar. –Disse revirando os olhos enquanto se encaminharam ao escritório do rei, os dois rindo.

— Mas não é bom dançar com elas?

— Sim, mas é assustador pensar em como está tão perto de uma delas quem sabe ser minha esposa. E se for totalmente o contrário do que eu imaginei ou gostaria em uma mulher?

— Relaxa. Deus vai te ajudar nessa escolha, que diga-se de passagem é muito difícil.

— O que ia me dizer?

— Ah que estou voltando ao Brasil. E queria que fosse comigo. Precisa urgentemente desencanar de todo esse peso de responsabilidades por um dia. Ou uns dias.

— Não sei, Moisés. Esse rumor aí tem abalado um pouco nossas estruturas. Não sei como o povo pode crer em tamanhas mentiras!

Soltou o ar dos pulmões frustrado e com os olhos azuis no jardim, continuou:

— Vou falar com meu pai, vamos encarar isso como uma despedida de solteiro. Estou uma pilha de nervos. Não é só casar, entende? É assumir aquele trono dourado e carregar o país em minhas costas após algum tempo depois desse casamento!

— Yes! Vamos nos divertir e quem sabe quando voltar se apaixone por alguma dessas jovens donzelas.

Ele riu e depois de tomarem duas latinhas de Coca-Cola, foram ao salão.

E Richard dançou com muitas moças que de alguma maneira tentaram seduzi-lo piscando os olhos, deixando o decote muito à mostra, beijando seu rosto furtivamente e sorrindo ao conversarem sobre trivialidades. Ele jurava que teria visto uma mãe empurrar outra jovem, que permaneceu em pé precariamente, para que sua filha dançasse mais rápido com ele. Elas pareciam leoas em busca da presa para suas filhas.

No fim da noite, Richard estava exausto, mas passou no quarto de Anne, sua irmãzinha de 10 anos, para beijar-lhe a bochecha, sussurrar um boa noite e pedir que Deus lhe protegesse.

O rei relutou e muito, mas concedeu uma semana, talvez duas semanas de férias ao jovem príncipe se ele passasse desapercebido dos jornais e revistas. Em todos os seus vinte e seis anos nunca havia pisado os pés no Brasil e por sua fama de ser um país um pouco perigoso, foi obrigado a levar o dobro de sua equipe, que agora eram de dez guarda-costas.

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"Apareça, que o Teu Nome cresça! Vem me incendiar"

Até o próximo, querido leitor!


O que me dizem Cantares de Salomão?Where stories live. Discover now