capítulo vinte dois, parte um.

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- Mãe, cheguei - Grito alto após chegar da casa de Sabina.
- Estou aqui em cima, filha. - Deixo minhas coisas em cima do sofá e corro para o segundo andar.
A encontro em seu quarto, deitada assistindo comédia romântica na TV. Deixo um beijo em sua testa e estou prestes a sair quando ela puxa me braço.
- Filha, será que podemos conversar? - Assinto, sentando - me ao seu lado na cama de casal. Ela pausa o filme, virando - se para mim.
- O que está acontecendo entre você e o Noah, Any? - Coro e abaixo o rosto, envergonhada. Como explicar para sua mãe que vocês tinham apenas uma amizade colorida? Deus, ela ficaria horrorizada.
- Hm, não é nada sério, mãe. Nós somos só amigos. - Ela me olha desconfiada, obviamente não acreditando que a cena em que viu no meu quarto era coisa de amigos.
- Não minta para mim, filha.
- Ok, mãe. Nós realmente somos só amigos, mas hm, amigos que se beijam? - Escondo a cena que ocorreu semana passada. Iria ser demais pra cabeça dela.
- Uh. Ah, ok. Isso é algo muito jovem para sua mãe entender, mas o que importa é vocês estarem bem com isso, certo? - Percebo seu desconforto e escondo a risada. Era estranho ver ela tentando ser uma mãe presente e moderna, mas eu gostava.
- Só lembre - se de usar camisinha, ok? Não quero ser avó agora, sou muito jovem. - Arregalo os olhos, apavorada.
-MÃE! Nós não fizemos isso e eu já sei tudo sobre sexo seguro. Pelo amor de Deus, não quero ter aquela conversa.
- Como assim já sabe, Any Gabrielly?
- Deus, acho que essa é a conversa mais constrangedora que eu já tive na vida. Mãe, eu sou virgem mas não tapada. Já tive essas aulas na escola, ok? Eu tenho 18 anos, não 14.
- Oh, ok. - Percebo que ela está tão envergonhada quanto eu. Dou um beijo em sua bochecha saindo de lá antes do assunto ficar ainda mais constrangedor.

Me deparo com Noah no corredor, indo para seu quarto. Quando me vê, sorri. Vou atrás dele, sentando - me em sua cama. Seu semblante é sério e ele não parece estar em seu melhor dia.

- Ei, o que aconteceu? Tá tudo bem? - Pergunto, batendo ao meu lado para que ele se sente. Após se acomodar melhor, com a cabeça em meu colo, ele começa a dizer.
- Encontrei com o Josh junto da Sabina hoje. E percebi que eu ainda gosto dela mais do que eu imaginava. - Sinto o coração doer com suas palavras. O Josh estava com a Sabina?
- O Josh? Mas ele estavam juntos, juntos? - Pergunto, já sentindo o aperto característico na garganta. Eu era patética por me sentir enciumada quando estive nessa cama com Noah alguns dias atrás, mas eu não poderia evitar.
- Não vi nada de beijo e essas coisas mas eles pareciam bem íntimos.
- Hm.
- É, hm. As vezes me pergunto se foi assim que o Josh se sentiu quando nos viu juntos. Será que estamos fazendo o certo, Any? Eu não quero machucar meu amigo. - Engulo o choro. Ele estava certo? No fundo eu sabia que sim. Mas nós éramos solteiros, certo? Era realmente errado?
- Eu não sei, Noah. Não sei se tem certo ou errado. Mas eu vou te entender se quiser acabar com isso que temos.
- Eu gosto de ficar com você, Any. Te beijar é incrível e Deus, nossa química é surreal. Mas não quero que ninguém se sinta do jeito que me senti hoje vendo os dois.
- Tudo bem então. Foi bom enquanto durou, certo? - Não o amava. Mas a dor de estar sendo rejeitada ainda era sentida.
- Eu não quero que se sinta inferior por isso, Any. Nunca, jamais. Você é perfeita e merece uma relação melhor que essa que estamos tendo, entende? Nós só estamos mascarando nossos verdadeiros sentimentos, anjo. E até onde isso é saudável, entende?

Balanço a cabeça, desacreditada e um pouco irritada. Por que diabos eu não me apaixonei por ele? Noah era perfeito, mas não era ele.

Me inclino para beijar seus lábios, uma última vez. É um beijo doce, com ternura. Sua língua acaricia a minha. Termino o beijo com um selinho.

Ele sorri, os olhos ficando pequenininhos. Sorrio de volta, sentindo a cabeça leve.

- Eu te amo, Any. - Sorrio ainda mais largo, tendo a consciência que o teria sempre comigo. Seja do jeito que for.

- Eu amo você, meu anjo.

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Continua...

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