Capítulo 9

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Rebecca

Sinto como se tivesse estado recentemente muito doente ao acordar com mente embaçada. A sensação é de ter dormido uma eternidade debaixo do sol. Mas estranhamente, meu corpo está leve e descansado.

Estico-me embaixo da coberta, olhando a luz difusa que atravessa as cortinas esvoaçantes da janela. Lá fora o guincho das gaivotas ecoam barulhentos. Por um instante fico desorientada sobre quanto tempo passou desde que dormi. Em pensamentos cogito se estou no fim do dia ou o começo da manhã.

Me recordo que cheguei ao meio dia. Eu estava exausta. Laura me conduziu a suíte e me aconselhou a tomar um banho enquanto ela preparava algo para eu comer. Depois de meia hora na hidromassagem, Laura apareceu com um delicioso lanche onde depositou numa mesa. Em seguida Me ajudou a vestir uma camisola, recomendando que eu deveria aproveitar para dormir um pouco. Alimentada e me sentindo razoavelmente recuperada, escovei os dentes e por fim me deitei no colchão macio. Então tudo se apagou quando fechei os olhos.

Repentinamente a porta do quarto é aberta, e Laura entra com um sorriso amistoso.

-- Acordou bela adormecida? – Pergunta com divertimento. – Pensamos que precisaríamos do beijo do príncipe encantado para despertá-la. – Comenta com gracejo.

-- Dormi tanto assim? Estou meio perdida. —Digo recostando-me na cabeceira.

Ela começa a gargalhar, fazendo-me rir também.

-- Você dormiu dezoito horas ininterruptas.

-- dezoito horas?!--- exclamo.

-- Exatamente. Alexander ficou tão preocupado que ligou uma hora da manhã para um neurologista, amigo dele, para saber se era normal que uma pessoa dormisse tanto.

Olho para ela, perplexa.

-- O médico o orientou a checar seus pulsos e respiração. Você parecia ter entrado em coma profundo.

-- Isso nunca havia acontecido.

-- Alexander quis saber se era algum efeito colateral do contraceptivo que fora aplicado em você. ---ela pausa. —O médico afirmou que não tinha a menor chance. Mas disse que talvez você tivesse passado por uma fadiga episódica extrema ou algum estresse emocional, que fez seu cérebro induzir o corpo a um sono profundo. No entanto nos recomendou a ficar sempre de observação. É isso. --- finaliza a narrativa dando de ombros.

Abro a boca para falar, mas calo ao ver dessa vez adiantando-se pelo recinto, o homem que bagunçou minha vida, ou seja, o causador do meu estresse físico e emocional.

-- Vejo que enfim acordou. —A voz vibrante enche o ambiente. – Você está bem? – indaga me olhando intensamente. Agora estava parado em frente a mim com os braços cruzados.

Limito-me a balançar a cabeça afirmando, olhando para minhas mãos.

-- Vou preparar o café da manhã. --- Laura avisa antes de se retirar.

Ficamos sem falar até Laura desaparecer na porta. Sinto-me tensa, sob seu escrutínio tão deliberado. Sufocado levanto a cabeça para me deparar com os olhos azuis enigmáticos e surpreendentemente incríveis. Sua figura alta e imponente dominando todo o espaço. Ele está irresistivelmente atraente, usando uma bermuda caqui até o joelho e uma camisa preta, moldando todos os músculos. Os olhos brilham mais que o normal.

Ele se aproxima e senta na beirada da cama.

-- Tenho uma novidade para você. —Sugestiona vagarosamente.

Enfrento seu olhar sem muita confiança.

-- É sobre sua tia...

-- Aconteceu alguma coisa com tia Norah...? —Interrompo preocupada.

UMA TRAMA DO DESTINO- RELEITURAWhere stories live. Discover now