REBECA
Foi a gota d'água a humilhação que Alexander me fez passar, e particularmente com Petra assistindo o episódio inconveniente. Ele reabriu de vez uma ferida que mal havia cicatrizado, e como se não fosse suficiente o vexame, elevou minhas emoções em um nível insuportável em vista ao seu descontrole.
Por isso, após ele estacionar o automóvel no pátio do hospital, me pus para fora do veículo, caminhando às pressas para a entrada do edifício, onde me dirigi para a recepcionista atras do balcão. Depois que tive informação do quarto onde tia Norah estava instalada, prossegui rapidamente ao corredor, sem me despedir dele. A última coisa que eu desejava naquele instante era ter que olhar na cara dele.
Ao entrar numa antessala, uma jovem enfermeira me recebeu na entrada e me conduziu ao quarto iluminado e limpo onde tia Norah repousava em um leito sob o olhar atento do marido. O rosto dela se ilumina ao me ver. Ela já estava sendo preparada para cirurgia e tomava soro na veia. Sem deixar transparecer meu estado emocional abracei-a calorosamente. Finalmente pude me acalmar um pouco.
Chamando tio Enrico em um canto, informei-o que Alexander estava na recepção me esperando para retornarmos para casa, porem eu não estava disposta a voltar com ele. Enrico entendeu de imediato a situação, e sem fazer mais perguntas, saiu decidido a conversar com o filho.
Quando Enrico voltou ao quarto, quase meia hora depois, nem fiz questão de perguntar como tinha sido a conversa. Mas pelo semblante tenso, compreendi que não tinha sido uma conversa muito diplomática. Alexander é um homem de personalidade ferrenha, mas o pai, na falta de Rock é o único capaz de fazê-lo chegar à razão. Só espero que isso não os distancie ainda mais. Logo tia Norah foi levada para a sala de cirurgia. E o marido fez questão de acompanhar.
Depois de quatro dias internada, tia Norah finalmente recebeu alta e estamos retornando para casa com as gêmeas. Duas lindas meninas de olhos amendoados.
Respiro fundo, quando o automóvel atravessa suavemente a entrada, percorrendo a alameda para enfim, estacionar diante dos degraus de concreto que levam a mansão erguida num monte. A manhã está bonita com um sol brilhando e os pássaros cantam nas árvores.
Saindo do automóvel com um embrulhinho nos braços, assim que a porta fora aberta, olho em volta do jardim com a impressão de que havia se passado uma eternidade.
Do outro lado, um Enrico todo orgulhoso aparece segurando de modo protetor a outra bebê, mas logo a entrega a irmã Gabriele assim que ela se aproxima ao lado do carro, na companhia da filha. Enrico ergue a esposa nos braços e avança pelos degraus em direção a residência. Por ser construção antiga a mansão não tem acesso para cadeirante.
-- Ah, como é linda! - Brianna exclama encantada ao levantar a manta que cobre a menininha de bochechas rosadas nos meus braços -deixa eu pegar? -solicita quando chegamos ao terraço que circunda a casarão.
-- Não. Poderá acordá-la. - Advirto-a, aconchegando a pequena nos meus braços.
Entramos todos a sala de estar, mas um estremecimento toma a mim, ao me surpreender com Alexander em pé no meio da sala. Surpreso com sua presença, o pai o cumprimenta esticando a mão, após depositar a esposa em um dos sofás. E, Imitando Enrico, Norah e os outros, também o cumprimenta sem demonstrar o menor sinal de animosidade.
Toda afetuosa, Gabriele caminha até o sobrinho mostrando a irmãzinha.
-- Olha Alexander, como suas irmãzinhas são lindas! - comenta sorridente.
Ele chega perto e olha por cima.
--Lembra muito você quando era bebê -a tia compara. --, só não os olhos, porque estes, você herdou de sua mãe.
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UMA TRAMA DO DESTINO- RELEITURA
RomanceRebeca tinha oito anos quando os pais morreram em um acidente de carro. Levada para itália pela tia, nem desconfia que ficará sobre o mesmo teto do homem que provocou o acidente. Sem contar que dez anos depois, ela se apaixona por ele: Alexander C...