REBECA
Embora com visão limitada, atentamente, contemplo as estrelas se deslocando para um mesmo ponto e girando lado a lado, na imensa cúpula mesclada de pontinhos brilhantes. A lua prateada reluz em toda sua plenitude, de forma que, distintamente é possível discernir as cores em meio as sombras que contornam o vale.
Respiro fundo, experimentando a sensação de paz, e ao mesmo tempo de incapacidade.
É tudo tão impressionante. Indescritível! Sorrio, fascinada. E, ao baixar a vista e olhar para o lado, meus olhos são capturados pelos olhos hipnóticos e sedutores de Alexander, chego a ficar sem folego, afetada por seu escrutínio deliberado.
-- Para de me olhar assim! - reclamo, desviando os olhos dele.
Ele rir de lado.
-- Não há visão mais encantadora. - remete em tom suave, e suas palavras soam como caricia aos meus ouvidos.
-- Você me deixa embaraçada. -- admito, com um arrepio atravessando o corpo.
-- Está com frio? -ele repara, franzindo os lábios.
Balanço a cabeça, assentindo. De imediato, Alexander retira sua jaqueta e se aproxima, levantando meus cabelos com delicadeza, cobrindo-me com a veste.
-- Pronto. Problema resolvido. Mas tenho outros meios de aquecê-la. - Insinua com um sorriso diabólico.
-- Não pretendo dormir com você!
-- Quem falou em dormir? --sugere, ofertando-me um sorriso cativante.
-- Está tentando me seduzir? -- pergunto, vendo em seu sorriso os dentes perfeitos.
-- Se disser que estou conseguindo, minha resposta é sim - declara cínico. Meus olhos, dessa vez, focados nos lábios bem feitos e sensuais. Começo a me preocupar por ter não sido mais firme em recusá-lo.
-- Bem... já admiramos a lua, agora me leve de volta. -- determino, virando-me para contornar o caminho de volta.
-- Por que não dormimos por aqui? Tem uma cabana mais abaixo no vale. - Apesar de ter feito a pergunta, sua segunda fala aponta que já decidiu.
-- Céus! você planejou isso? - estremeço com a comprovação. - Minha resposta é não...E por favor, leve-me de volta, como prometeu. -Peço nervosa.
-- Do que tem medo?
--Isso não tem graça, Alexander!
-- Quem disse que estou brincando. -- ele retruca com escarnio.
-- Pare com isso! -- parafraseio, sentindo um nó na garganta. --Só me leve de volta.
Ele fica me olhando com uma expressão tão dura que chega a me assustar.
-- Me ouça com atenção e com a mente aberta. -Sugere em tom comedido, porem seus olhos faíscam de raiva. -Esqueça por um minuto, isso sobre certo ou errado. Apenas me ouça! Preciso que entenda que não há nada que nos impeça de ficar juntos...
-- Seu casamento nos impede...
-- Porque você se recusa a ver a realidade ...
--O que Petra diria se soubesse que está comigo neste momento? -- ataco-o, gritando.
Ele se ergue assustador e aproxima seu rosto duro da minha face.
--Não admito que mencione o nome de Petra quando estivermos juntos! -ele adverte em tom duro.
Fico atônita e ao mesmo tempo desapontada. Meus olhos lacrimejam à realidade impressa a advertência. Alexander acaba de me colocar em posição de inferioridade em comparativo a noiva. Não me vê digna nem de tocar o nome da sua escolhida.
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UMA TRAMA DO DESTINO- RELEITURA
RomanceRebeca tinha oito anos quando os pais morreram em um acidente de carro. Levada para itália pela tia, nem desconfia que ficará sobre o mesmo teto do homem que provocou o acidente. Sem contar que dez anos depois, ela se apaixona por ele: Alexander C...