Vinte e um.

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Olá, gente! Como estão? Espero que bem. Então, não revisei o capítulo, mas pesquisei MUITO para escrever essa parte da história e espero que ajude a esclarecer algumas duvidas, que seja útil, além de entreter vocês. Boa leitura, não se esqueçam de dizer o que acharam, é importante para mim.

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Jimin já sabia o que era ser um soropositivo. Jimin sabia que HIV era a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana, causador da aids que ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. Sabia também que ter o HIV não era a mesma coisa que ter aids, como em sua situação, o vírus estava presente em seu organismo, mas era como se estivesse dormindo, não apresentava sintomas, mas poderia transmiti-lo e, caso não se cuidasse direito, o vírus poderia se manifestar, por isso seus amigos sempre lutaram muito para que ele fizesse o tratamento, por isso Jungkook insistiu para que ele se tratasse quando compreendeu a situação.

O que Jimin não sabia era como tratar de sua quase doença era complicado e cansativo. O tratamento é feito através de antirretrovirais (ARV), eles agem inibindo a multiplicação do HIV no organismo e, consequentemente, evitam o enfraquecimento do sistema imunológico, por isso, o uso regular dos ARV era fundamental para garantir o controle da doença e prevenir a evolução para a aids. Talvez o médico que começou a acompanhar o caso do ruivo tenha o dado uma bela bronca por ele não tomar da maneira correta os remédios, podendo ter evoluído facilmente para aids, mas não evoluiu.

Após inúmeros exames de sangue, Park percebeu que talvez realmente não fosse seu momento de partir, porque, afinal, mesmo com o vírus pronto para atacar seu sistema imunológico a qualquer deslize do próprio corpo, o tal vírus se manteve "dormindo", dando uma nova chance a ele todos os dias.

Como o tratamento estava no começo, mesmo que o vírus estivesse presente há anos, Jimin deveria ir ao médico uma vez por semana, por isso, reduziu suas atividades voluntárias, o que já deixava o ruivo bem desanimado. Começaram testando uma pílula que era um compilado de outras três, mas, aparentemente o corpo de Jimin não reagiu como esperado. O que era bem comum, segundo o médico, tratamento para HIV era um processo longo de testes de diferentes combinações de comprimidos para se chegar ao melhor resultado.

Então, tudo o que Jimin não queria, começou a se tornar realidade: ele vivia em função de sua quase doença, quase porque não havia evoluído para aids. Deveria anotar suas refeições detalhadamente, deveria praticar uma quantidade exata de alguns exercícios físicos exatos para que seu corpo não cansasse, deveria se agasalhar a qualquer resquício de vento, deveria ir ao médico toda semana com todas as informações sobre sua nova rotina e se havia notado alguma diferença em seu corpo, se sentia algo, se havia tido relações sexuais, se havia bebido ou fumado, se havia feito uma tatuagem, um novo furo na orelha e tudo que ele fazia. Por não conhecer seus pais biológicos, deduziram que o vírus era genético, já que Park afirmava nunca ter tido relações sem proteção.

Além de viver em função do vírus, era como se, a cada comprimido que engolia, ele materializava o que havia escondido de si mesmo por todos aqueles anos: sua fraqueza, seu medo, sua insegurança.

Evitava sair de casa, por que era muito chato os olhares quando ele tirava sua caixinha de pílulas da mochila e tomava três de uma vez. Era um preconceito enorme. Não apenas isso, mas lidar com os efeitos colaterais não estava sendo nada fácil: às vezes sentia seu corpo fraco, às vezes ficava muito ruim do estômago e fígado, que pareciam rejeitar os três comprimidos pela manhã e três pela noite, sentia seus pés formigarem, enxaqueca e até as famosas dores de barriga. Era tudo incomodo demais e só fazia um mês e algumas semanas que havia começado o tratamento.

Um cuidado para um descuidado • Jikook!Where stories live. Discover now