I - Gestörter Geist

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Reaven city.

Lembrada como a cidade solitária, sempre fria e quieta, lar de chuvas gélidas que quase sempre, banham suas manhãs. Por suas ruas caminhavam pessoas vazias e tão frias quanto a chuva, dentre elas havia uma em específico, cuja solidão era profunda como os obscuros precipícios do inferno.

A cidade solitária contava com uma única universidade, o Campus Universitário Nacional de Reaven City. Que nada mais é que um antigo hospital do período nazista, entretanto, atualmente sua história se resume a janelas altas e portões velhos, que já presenciaram inúmeras crueldades, mortes e torturas, tanto para assassinos quanto inocentes.

Acabara de atravessar o portão principal, um garoto alto e magro, de feição seria, com um capuz que tapava-lhe a metade do rosto. Ele caminhava tranquilo, atento aos seus fones de ouvido, vestido com jeans escuros, tênis surrados e o moletom azul meio húmido pela chuva.

Damien Claus, se mudou para a cidade ao completar dezenove anos, seus pais falecidos já a algum tempo eram a única família que tinha, então passou a trabalhar e sustentar-se por conta própria. Agora tentava um emprego na biblioteca do campus.

Não haviam muitos interessados em trabalhar naquela escola "mau assombrada", como era conhecida, então ele conseguiu facilmente o trabalho. A responsável pelo prédio era a reitora Bridget, uma senhora distinta e esbelta, que empinava-se pelos corredores com todo seu falso ar de superioridade. Ela se apresentou e após aceitá - lo no emprego, explicou tudo que era necessário e quando finalmente, depois de um enorme discurso sobre toda ética do campus e toda classe que eles mantinham na alta sociedade, ela deixou-o com a antiga bibliotecária que estava em seu último dia ali.

Pouco antes de entrar eles ouviram murmúrios vindos de dentro, a reitora franziu o cenho ao ver a porta fechada e foi logo abrindo- a num rompante. A biblioteca era um vasto espaço abarrotado de estantes com suas coleções literárias, o balcão da bibliotecária ficava na parede voltada para as estantes, logo mais haviam algumas mesas destinadas aos alunos.

Ao entrarem, lá estava ela: Sely era jovem, vestia jeans e uma camiseta branca com jaqueta cinza de lã. Ao contrário de Claus, era muito animada e comunicativa, possuía um corpo esbelto e pele clara, sobre uma franja ruiva que vez ou outra caía entre seus olhos. A bibliotecária era muito inteligente para seus aparentes dezesseis anos, ela explicou e ensinou a Claus tudo sobre os horários e a dinâmica da biblioteca, empréstimos de livros e horários disponíveis para trabalhos didáticos, tudo de fácil entendimento para ele, ela pareceu criar uma afinidade com seu "pupilo", até deu seu nùmero de celular, Claus meio envergonhado com os flertes nada discretos manteve o silêncio e continuou ouvindo e aprendendo tudo sobre seu novo trabalho.

- Compreendeu Claus ? - Ela sorri e olha-o nos olhos.

Estavam a frente de uma das prateleiras, onde havia um balcão arredondado com um computador pequeno. Ele devolve o olhar assim que consegue responder nota uma fagulha em tons de roxo brotar no olhar da garota, mas em questão de segundos desapareceu, era um pouco estranho, mas ele não deu muita atenção.

- Claus, meu horário já está no fim. Me ajude a fechar tudo ?

- Ajudo sim.

- Feche as janelas e desça as persianas por favor.

- Certo.

Antes de puxar as alavancas da janela Claus deu uma breve olhada para fora, daquele ângulo podia ser visto um conjunto de casas baixas E logo mais, o grande lago que corta a cidade dando relevo a ponte que os ligava.

Quando já ia se virar teve uma estranha sensação de que era observado, logo mais a frente, depois dos muros do campus, do outro lado da rua. Claus viu um homem, era uma figura alta, vestia preto mas não era possível ver seu rosto, parecia mais um vulto. Sely chamou por Claus desviando sua atenção e ao voltar o olhar não havia mais nada.

Hunter Where stories live. Discover now