XVII - Die andere Tochter

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Os dias passavam estranhamente lentos.

Claus estava em seu sofá mais uma vez, era seu local para pensar, seu canto naquela casa fria e silenciosa. Olhava as paredes e o teto de sua sala, a casa vazia lhe parecia um tanto estranha para alguém que já havia se acostumado a solidão.

Havia servido um café, mas o líquido já estava morno no copo, e em sua mente nenhum pensamento se firmava. A quatro dias Thamerin havia desaparecido e nem sinal lhe dera de para onde podia ter ido, Claus imaginou que teria voltado para o submundo por algum motivo que não compreenderia ou talvez tivesse simplesmente ido embora, isso seria mais normal de se encarar.

Uma música conhecida rompe o silencio da sala, seu celular tocando.

- Bom dia Claus ! como vai você ? - Beatrice empolgada como sempre.

- Bem, e você ?

- Estou bem obrigada, olha Claus esta tarde haverá uma feira na cidade, não gostaria de vir me fazer compania ?

- Não estou com muito ânimo para sair, desculpe- me.

- Ah Claus, ficar em casa sozinho não lhe fará nenhum bem, venha vamos nos divertir !

Claus nada disse.

- Por favor vai ? adoraria ter sua compania.

- Tudo bem, mas não ficarei muito tempo.

- Obrigada Claus !! vamos nos divertir eu prometo !

Ele desliga o telefone e suspira alto, algo o incomodava e não sabia explicar o que era, mas ia sair com Beatrice e isso era bom...

Aos domingos sempre havia uma feira no entorno da cidade, era a parte menos habitada e isso ajudava na economia local. Tal evento simulava os parques do Camboja, os brinquedos espalhados por uma grande área verde dentre outras atrações circenses.

Beatrice o trazia pelo braço apontando e comentando tudo que a ela parecia divertido, Claus como sempre parecia desinteressado, e sua mente perturbada, ela notou isso assim que olhou para o rosto dele.

- Não quer se divertir comigo ?

- Não é isso, eu só não sei se deveria mesmo estar aqui.

- Se você estiver perto nada de mal vai me acontecer Claus . - Ela disse confiante enquanto o abraçava.

Quando ela se encostou ele pode sentir tudo que havia por sobre as roupas dela, ele preferiu não comentar mas sabia que ela tinha feito de propósito.

Beatrice parecia realmente querer distrai- lo, fazer com que deixasse pra lá o que lotava sua mente, então pensou, talvez fosse melhor esquecer o que havia acontecido, já que estava ali quem sabe podia mesmo se divertir.

Bom, as atrações não eram exatamente o que Claus via como diversão, mas Beatrice tornava tudo mais interessante. Eles andaram na montanha russa, apostaram nos carrinhos bate-bate, testaram a mira atirando em patos de madeira e quando a noite chegou Claus nem se lembrava dos problemas nos dias anteriores, por fim ela insistiu para ir no Castelo de Horrores, a principal atração de todo o parque, Claus nunca viu medo nesse tipo de coisa, e agora depois de ter conhecido o verdadeiro submundo seria bastante difícil assusta- lo.

Cada carro tinha dois acentos, Beatrice escolheu o com formato de abóbora de Halloween, prenderam os cintos e o passeio começou, primeiro passaram em um túnel decorado para o dia das bruxas, nada muito bem trabalhado, cera modelada e cérebros de gelatina, ratos que mais pareciam almofadas gordas e aranhas de plástico do tamanho de cachorros. Túneis escuros com luzes azuis e roxas fracas e que as vezes piscavam como se estivessem com defeito.

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