XXV - Wolfsgeist

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O Vazio, O Frio, A Escuridão.




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Pulmões sem ar, membros formigando, dor cruciante, os ossos quase se partindo.

Já havia quase dois minutos que Claus agonizava submerso no líquido escuro, mas não conseguia nem mesmo se questionar o por que daquilo tudo, um humano normal, adulto, leva cerca de quatro minutos para sufocar, ele já estava entrando em estado de colapso, os pulmões já forçavam o ar usado a sair para coletar uma nova remessa e completar a respiração, mas depois que caiu ali não havia nem uma greta com oxigênio.

O tempo passou, seu corpo parou de debater, seus olhos semi abertos fitavam o imenso breu a baixo, as últimas bolhas de ar já deixavam o corpo fugindo pelas narinas. Foi quando ele viu, as trevas a baixo se moviam, cada vez mais rápido, subiam desciam, giravam para frente e depois voltavam, um baile de sombras dançou a sua volta e em meio a tudo uma silhueta, uma espécie de animal apareceu, subia do mais profundo em sua direção, olhos azuis como as chamas estelares e presas afiadas brancas e claras como punhais.

Aquela sombra bestial estava a ponto de engoli- lo mas Claus não permitiria, imaginou que isso fosse o teste, juntou o que restava de suas forças humanas e tentou nadar, seu corpo já estava em estado letárgico e não se movia com precisão, ele parou é olhou para trás, então notou que a besta devolvia o olhar também parada, quando tornou a fugir ela voltou a segui- lo, e ele pôs se a fugir mas então as sombras tomaram conta, ele perdera os sentidos.

Em um momento ele sentiu várias presas afundando em sua pele, no outro um turbilhão de ar correu garganta a dentro e muita tosse o acompanhou, Claus estava fora da estranha câmara novamente, Vyolet o havia tirado, de volta ao cômodo colorido, ainda meio zonzo pôde ver Margoth jogada no sofá comendo e assistindo algo enquanto sua irmã estava de frente para a porta onde minutos atrás ele se afogava.

- Conseguiu ? - Vyolet se pôs de pé a sua frente.

Claus só conseguia tossir e puxar desesperadamente o ar para seus pulmões.

- Eu diria que não. - Margoth respondeu sua irmã no lugar dele.

- Deveríamos tentar novamente ? - Vyolet observava Claus naquele sofrimento apaziguado.

- Ninguém nunca conseguiu de primeira se lembra ?

- Tem razão.

Sem tempo de descanso foi jogado novamente, e tudo se repetiu, a agonia, o pânico, a sombra dançarina tremulando a baixo dele, não deixando aquilo se aproximar Claus manteve- se firme, tentou ficar calmo, mas parecendo perceber que ele não se deixaria alcançar a sombra avançou e o abocanhou novamente.

- Não entendeu não é ? Minha irmã tinha razão, você é mesmo inútil. - Ela se levantou dando as costas para Claus que ainda estava ofegante no chão.

- Espere ! - Entre tosses e soluços Claus exclamou.

- Você já está morto, não serve nem para dominar a si mesmo. - Vyolet responde.

- Me deixe tentar outra vez !

- Nem sempre você terá uma segunda chance, muito menos uma terceira, garoto mimado, mas, que seja.

Ao ouvir a última frase de irmã, Margoth aparece repentinamente ao lado de Claus, tão sorrateira que ele não soube dizer se ela correu para lá ou se já estava ali e esperava sua deixa sem que ele notasse. Ela o agarrou pelo crânio e arremessou- o novamente na piscina de escuridão.

Assim que seu corpo retornou à água gélida as sensações horríveis também voltaram, mas agora bem mais pesadas, talvez desta vez ele não aguentasse tanto tempo, então se concentrou e olhou para baixo procurando pela sombra que se transformaria em animal, acreditava que seu erro era em relação a ela, algo que ele devia fazer ou receber dela, e não sabia o que, mas não havia sinal dela, em vez disso poucos metros a frente havia uma estranha fissura reluzente, algo que partia as ondas macabras e obscuras daquela água, um objeto branco e arredondado que dançava sobre sua própria forma como labaredas brancas, Claus foi até ela.

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