XXII - Erwachen

21 3 2
                                    


Sangue corria pela boca e pelo peito de Claus, seus olhos horrorizados com o estado que Thamerin se encontrava, já era de se esperar crueldade vinda de um demônio, mas aquilo era demais, a expressão de Mirllan enquanto contemplava sua obra martelava na mente de Claus, por alguns segundos tudo parou.

- Então é isso? Eu morro sem conseguir salvar Thamerin, Beatrice será a próxima pois eu não estarei lá, e ainda fui tolo ao trazer Marcos para uma morte precoce e dolorosa.

Claus olha para Thamerin, ela tinha uma expressão que dizia o quanto estava feliz por vê -lo, em seus olhos podia se ver a mensura da dor que enfrentara nos últimos dias, mesmo assim havia esperança quando olhava para Claus, e ele nunca viu uma expressão tão humana vindo dela, Thamerin tremia, as lágrimas desciam e enfim baixou a cabeça, não moveu- se mais.

" E você quem vai me libertar?" A voz de Thamerin na mente de Claus ecoou uma última vez, em seguida tornou a ver o demônio ruivo em sua frente.

- Eu me recuso a perder aqui.

Os pedaços do machado retornaram as mãos de Claus, o metal tornou - se quase um líquido voltando a se modelar, duas espadas feudais foram as armas que Daedalus escolheu dessa vez, providencial. Claus chamou por Mirllan, quando ela se virou ele já estava sobre ela, com um golpe arancou o braço direito dela fazendo- o cair junto ao machado, ele girou e abaixou se mirando um segundo golpe cortando do meio da coxa direita ao joelho esquerdo, dilacerou carne e ossos com destreza e facilidade, Mirllan caiu no chão berrando quando percebeu estar sem seus membros, O urro de dor daquele demônio trouxe a Claus arrepios de prazer, uma sensação absurda e nova mas com certeza merecida tanto para ele quanto para Mirllan.

- Humano miserável !! - Mirllan se debatia tentando esgueirar- se até seu machado com o braço que lhe sobrou, mas Claus pisou nele na intenção de quebrar, pegou uma das espadas e atravessou a barriga de Mirllan prendendo- no chão.

Os três cães que sobraram encurralaram Marcos, suas armas já estavam sem munição e nem como porretes serviam mais, um dos cães tomou posição e saltou, iria abocanhar o rosto de Marcos que só estava vivo até agora por muita sorte, mas a poucos centímetros de uma morte feia Marcos viu o cão infernal ser partido ao meio.

- Recuperou o senso heróico Claus ??

- Não, Só preciso de mais armas . -Disse sarcástico.

Claus estendeu a mão e ajudou o amigo a levantar, os outros dois cães pularam sobre ele, um perdeu a cabeça e o outro Claus segurou pelo pescoço a raiva ainda fervia em seu sangue, ele sacodiu o cão e bateu com ele no chão inúmeras vezes, até que não se movesse mais.

- Tenho de ficar com medo ? - Marcos perguntou.

- Me ajude a tirar Thamerin dali, e acabar com isso.

- Então você acha que pode acabar com isso só por que matou um de meus irmãos ? - Uma voz horripilante vinda de trás assustou Claus e Marcos.

Havia alguém parado de frente para Thamerin e de costas para Claus, ele vestia um manto azul com detalhes em couro cinza, dele emanava uma força pesada e amedrontadora, diferente do que vinha dos outros.

- E tão conveniente mais um de vocês aparecerer cada vez que outro morre.

- Já fui informado de sua arrogância, mas arrogância é simples desespero para quem sente- se impotente, deixe me ajuda- lo sim ?

O tal ser hergueu a mão e Thamerin saiu de sua prisão de farpas, ela gritou e gemeu de dor enquanto seu corpo flutuava e as lâminas saíam. Pela mesma força que a tirou,  ela foi levada pelo ar até o chão a frente de Claus, ele a pegou no colo e sentiu o sangue já frio, Thamerin estava a beira da morte.

- Thamerin ? consegue me ouvir ?

- Claus, e bom te ver....- Os olhos dela quase não se abriam.

- Preciso que aguente firme, vou tira- la daqui.

- Não Claus, você não deve lutar mais. Acabou.

- Não diga nada, descanse.

- Vocês humanos são dramáticos demais, e só um demônio qualquer, se quiser tenho hordas e hordas deles posso dar alguns a você. - O irmão de Mirllan falou.

- Você será o próximo a morrer. - Claus lhe respondeu.

- Suas palavras são mais fracas do que você.

- Veremos então.

Claus largou Thamerin com Marcos e avançou em direção ao demônio, arancou a espada que prendia Mirllan ao chão fazendo- a cuspir sangue, não parecia mais ainda estava viva, então ele pisou no crânio dela fazendo- o em pedaços. Algo inusitado aconteceu, o cabelo da demônio que antes era vermelho clareou e transformou num louro apagado, o corpo teve espasmos e finalmente seu fim.

A lâmina de Claus foi arremessada é atravessou o demônio como se fosse vento, não fez efeito algum, mas com um movimento de mãos da criatura Claus foi jogado para longe.

- Se quer estar neste jogo não deve quebrar as regras.

- Do que você está falando ?

- Isto tudo e apenas um jogo caçador, ainda não se deu conta ? E antes de tentar me matar, deve enfrentar meus patéticos irmãos.

- Traga- os aqui terei prazer em apresenta- los meu aço.

- Infelizmente meus irmãos só obedecem a si mesmos, então terá de achar por esforço próprio. Mas eu posso lhe dar uma dica, estamos muito interessados na sua amiga, ela é... troféu, a ser coletado.

Um tornado de fumaça negra surgiu do chão e levou o demônio sem que ele falasse o próprio nome.

Claus pegou Thamerin e chamou Marcos, eles precisavam sair dali o quanto antes.

Eles voltaram ao carro e Marcos parecia um piloto de filme no caminho de volta a casa de Claus, quando chegaram tentaram fazer curativos em Thamerin mas já tinha perdido sangue demais, até mesmo ligaram para já enfermeira que já havia tratado de Claus mas os primeiros socorros prestados à humanos não são válidos a uma succubus.

Claus levou Thamerin até o sofá e ficou junto dela, estava quase imóvel, nem conseguia abrir seus olhos, de alguma forma ela levantou a mão devagar e tocou o rosto de Claus.

- Claus, Não lute mais, não se machuque, prometa que não morrerá?

- Não diga besteiras, eu preciso terminar isso, fique comigo ?

- Obrigada por tudo meu Claus..... me... me perdoe....

O toque frio da pequena mão caiu do rosto de Claus, o corpo pálido garota parou de se mecher, e pos- se a virar pó.

Thamerin estava morta.

Hunter Where stories live. Discover now