Mariel

12

O dia havia passado rápido para Mariel, ela já havia jantado e estava pronta para dormir, por algum motivo, sentia-se ansiosa para ir dormir. Não sabia explicar a causa, mas queria dormir e logo.
Ao se deitar sobre a cama, sentiu um súbito sono tomar conta dela, um sono intenso que a levou para um sonho.

O céu era escuro, ela olhava ao redor e podia visionar tudo. Estava na praia, sentada sobre areia fofa, onde seus pés esfregavam-se. Olhou para cima e pôde ver as estrelas, muitas delas. Sorriu olhando para si, usava um vestido de alças finas, bege com flores vermelhas, que iam até seus pés, seus cabelos soltos voavam a gostosa brisa marítima e ao olhar para o mar, via pequenas ondas quebrando na areia.

Próximo da ponta do outro lado, notou uma pessoa, uma única pessoa além dela, que estava próximo da água e parecia molhar os pés, usava uma camiseta longa branca e uma bermuda também branca, até o meio das pernas, mas parecia calças dobradas.

Por um instante a pessoa pareceu notar Mariel e acenava, chamando-a para perto. E sem saber como ou porquê, Mariel se levantou e foi até quem a chamava.
Sentiu a areia passando por seus dedos, lhe fazendo cócegas e tirando pequenas risadas. Foi se aproximando e se aproximando e notou que a pessoa era um jovem, de cabelos castanhos claros, olhos em verde escuro como ela jamais podia imaginar, a pele bronzeada contratava com a roupa branca. Ela um tanto atônita, o observava com certa curiosidade.

- Ai está você, Mariel! - Ele sorriu ao se virar.

- Você me conhece? - Ela sussurrou.

- Claro! Esqueceu-se de mim? Nos conhecemos quando tínhamos cinco anos, você e eu brincávamos no jardim! Eu sou o Agave. - Ele sorriu se aproximando.

Como em uma pequena lembrança, ela se viu no orfanato, onde em seus sonhos sempre havia um menino, onde brincavam em quase todos os sonhos que tinha, e há muito, não o via.

Sorriu se aproximando dele, demonstrando que se lembrava, vagamente, dele e ele com o sorriso leve nos lábios, pegou as mãos dela a girando sobre a areia que brincava com os pés da mesma.
Como pequenas crianças, eles corriam tentando pegar no outro, Agave havia pegado em Mariel e era a vez dela, que corria atrás dele, que havia tirado a camiseta pronto para uma nova brincadeira sobre a água. E sem perceber, logo ela estava sobre mar, com o vestido emergindo sobre a água, sem se importar ela corria atrás dele. Logo a brincadeira virou uma pequena guerra de água, onde ambos se molhavam aos risos.

Em súbito momento, Mariel sentiu algo passar por seu pé, trazendo uma dor intensa no mesmo instante, fazendo-a gritar e soluçar em um choro contido. Agave se aproximou dela e a pegou no colo, trazendo-a e sentando sobre a parte rasa da praia.

- Uma estrela do mar - ele sussurrou olhando o ferimento.
- Vamos deixar sobre a água, vai arder um pouco, mas vai melhorar. - ele dizia calmamente, fazendo carinho na bochecha de Mariel e passando a água sobre o ferimento.

Porém a água estava gelada e a brisa do mar trazia certo frio, Mariel sentiu seu corpo tremer com muito frio e ao notar tal fato, Agave a tirou da água, trazendo-a para areia morna. Com cuidado ele a abraçou, cobrindo-a com seus braços, porém notou que o maior causador de seu frio era o longo vestido, que estava encharcado.
Com cuidado ele começa a retirar o vestido dela que em certo desespero se encolhe em recusa.

- Calma...- Ele sussurra...- é pra ajudar, prometo. - Ele diz tirando e logo vestindo sua camiseta nela.

Ele passa os braços sobre ela, abraçando e mexendo no seu cabelo enrolando no dedo, fazendo com que em um susto ela se lembrasse do dia no jardim.

- Você...? - Ela sussurra.

- Eu o que? - Ele sorri travesso abraçando-a.

Mariel sorria com a possibilidade, sem nem imaginar como era seu real estado corporal no momento.