Epílogo

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Seis meses depois...

Loreta sentia-se realizada! Sua menina finalmente enxergava o mundo a sua volta, havia um pequenino a quem também amava, sobre sua vida profissional, bom, abrira uma pequena farmácia que lhe rendia bem para fundos, a herança de Mariel era muita, trabalhava apenas por se sentir útil e continuar investindo, mas a vida no litoral era leve e suave, o ar era tranquilo e as pessoas amigáveis, parecia que moravam todos em uma ilha, onde todos se conheciam e se importavam uns com os outros, era de fato, maravilhoso.

Daren era um menino curioso, com os cuidados necessários, havia engordado e estava nutrido, como Mariel, tinha um ar espertalhão, que aprontava aqui e ali, trazendo alegria e muita bagunça para a casa.

Para Loreta seu coração finalmente estava em paz.

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Mariel estava sentada em um banco rústico de cimento, os cabelos ondulados ao vento, vestia um vestido florido, creme com flores rosadas, que se balançava a cada lufada de vento, este não estava forte, mas conduzia o clima de modo suave como uma bailar de valsa.

O ambiente a sua volta era incrível, era um fim de tarde ensolarado, com um céu azul e um ar morno sobre a pele, a grama estava verdinha e o seus pés descalços brincavam sobre ela. Haviam lindas árvores frutíferas ao redor, algumas crianças passavam pela praça e, era maravilhoso poder ver e apreciar tudo isso.

A vida de Mariel havia mudado, seus olhos podiam enxergar, Loreta e ela se tornaram mãe e filha e Daren, tornou-se seu irmão mais novo e juntos formaram uma linda família.

No litoral se estabilizaram, no chalé da Praia que seu pai George Vistovo lhe concedeu. Era por um lado estranho, saber que havia alguém do seu sangue que a rejeitou pela sociedade, mas ela tinha o amor e carinho de Loreta e isso já bastava.

Depois daquele dia da mansão, nunca mais se viu Aires, mas as notícias diziam que ele estava em hospital psiquiátrico e de certo modo, ela agradecia. Depois da cirurgia que fora um sucesso para a tecnologia atual, Agave nunca mais aparecera em seus sonhos e nunca mais houve passeios noturnos. Ela sentia falta dele, do modo carinhoso dele, e quando parava para pensar, sabia que seu coração talvez o amasse como o amor deve ser.

Mas tudo que ela tinha, ja bastava em seu coração, morar perto do litoral, no qual, no fim de tarde iria a praia, ver as ondas quebrando lentamente sobre a areia fina e branca, era uma satisfação sem fim, e ela era grata por isso.
O ano estava acabando e o próximo lhe conduzia a muitos sonhos, gostaria de estudar, pintar novos quadros claros, pois os antigos eram escuros como sua visão, os claros eram como sua vida estava agora, iluminada. Mariel sonhava muito, queria estudar, pintar, voltar a tocar, aprender algo novo, havia uma aspirante a sonhadora dentro de si.

O sol estava se pondo ao horizonte, quando Mariel se levantou, caminhando lentamente para a beira da praia, as ondas estavam lentas, como se brincassem com a areia, era fim do dia e água, agora, morna trazia certo conforto.

Ela voltou a praia, sentando-se na areia, hipnotizada com o vai e vem das ondas, enquanto o sol escondia-se no horizonte, ouviu o som de passos na areia, mas não tirou os olhos do mar, era maravilhoso poder ver.

— Olá, posso me sentar? — Ouviu uma voz suave que fez lembrar dele —  desse local é o melhor ângulo de visão. — Disse sentando-se ao lado dela.

Ela o mirou e o seu coração acelerou de tal modo que mal podia acreditar, piscou várias vezes, acreditando que seus olhos a estava enganando.

— Como vai, Mariel? — Agave sussurrou com os olhos fixos no horizonte.

MarielOnde as histórias ganham vida. Descobre agora