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Os olhos de Mariel, aos poucos abriam-se, trazendo de volta a pouca visão que lhe fora ofertada. Viu vultos ao seu redor, demasiadamente confusa, tentava entender o que se passava.

- Mariel? - Magda pronunciou passando a mão sobre o rosto dela.

- O que acontece? - Diz a garota em sussurros.

- O médico está aqui, vai nos dizer. Você esteve com febre e teve convulsões. - Magda diz delicadamente.

O médico a observa, informado de sua deficiência visual, começa sua análise, após coletar um pequena quantidade de sangue da mesma. O mesmo faz perguntas, sobre sintomas e dores, mas Mariel, nenhum sintoma sentia, apenas seu pé doía, uma dor aguda. Local onde o médico não encontrou nada que causasse a dor.

Receitou remédios e chás para a febre e deu dicas sobre quais atitudes tomar com uma convulsão, após um café e a conta paga, seguiu para casa madrugada a dentro.

Na alta madrugada, Mariel pegou no sono, desta vez estava sobre um gramado verdinho, acima dele uma caverna funda e acima da caverna uma rocha que parecia levar para outro lugar.

O dia estava ensolarado, o céu bem azul, não era verde como ela imaginava, ela podia ver a cor azul vibrante. Sentiu que alguém levantava seu corpo, fazendo com quê a mesma pudesse flutuar. Passou pela entrada da caverna, chegando próximo a rocha e na ponta do outro lado viu um menino vestido de branco junto de Agave.

Sobre a rocha, ela caminha devagar se aproximando, notando que o menino próximo a Agave se despedia e mais a frente encontrava com uma menina ruiva, trajada com um vestido rosa bem claro, como algodão doce. Pegando na mão do menino e juntos caminhavam aos risos.

- Mariel. Você voltou! - Agave pronuncia chamando a atenção da garota.

- Oi, que lugar é esse? - Ela diz olhando ao redor.

- hm...Cupidolândia? - Ele diz sugestivo, fazendo com quê a menina erga a sobrancelha em tom de dúvida e curiosidade - Brincadeira! - Ele sorri - Hm...deixe-me ver... vila dos bilhetes coloridos? É algo assim... são cupidos de bilhetes... - Diz se divertindo com o semblante de dúvida dela.

- Eles não deveriam usar...Flechas? - Ela sugere com curiosidade.

- Os da vila das flechas, usam flechas e os da vila doce, usam doces. - Ele diz sorrindo fazendo Mariel sorrir.

- Certo, cupidos...- diz pensativa - Por que estamos aqui?

- Íamos passear por alguma floresta, mas Pothos quis falar comigo e bom aqui viemos. E encontrei esse lugar, achei agradável para nossas conversas - Ele sorri e Mariel sorri reparando nos traços dele, pele morena, cabelos em tom de castanho claro e olhos em um tom de verde como uma grama bem cuidada, a calça branca e a camiseta de botões também, como ela, estava descalço.

Mariel olhou para si, trajava um vestido de mangas curtas e gola em U, lilás bem claro, com pequenas flores vermelhas florindo o vestido que ia um palmo acima dos joelhos, fazendo-a balançar os pés, que os longos vestidos sempre cobriam, os cabelos estavam trançados de lado com flores vermelhas como o vestido, parecia que as mesmas haviam se materializado no cabelo dela. Ela se questionava como aquilo acontecia.

- Me conte o que anda fazendo? Ainda no orfanato? - Agave diz puxando, delicadamente, Mariel para mais próximo dele.

- Fui adotada, um tutor, Aires Caperini e eu confesso não saber o motivo. - Suspira encostando as costas sobre o ombro de Agave.

- E a Loreta? Como ela está? - Ele sussurra abraçando a cintura de Mariel encostando a cabeça na dela.

- Não sei, tenho saudades dela, acho que irei enviar uma carta! - Ela diz animada fazendo Agave sorrir - Mas não lembrava de ter falado dela pra você...- Mariel sussurra pensativa.

- Não falou - Ele sussurra com um sorriso simples mexendo no cabelo dela.

- E então? - Ela indaga curiosa sem deixar de sorrir.

- Ela é... bem importante para mim...- Ele sussurra olhando firme nos olhos dela.

MarielWhere stories live. Discover now