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Aires buscava entender o que de fato acontecia, será que Mariel possuía outra doença? Por quê da febre?
E por que ele se preocupava? Mesmo querendo odia-la, por existir, por roubar o que era dele. Ele devia sentir ódio e subitamente sentia preocupação.

Mariel Berenice, o nome da sua querida, será que era isso que o mantinha deste modo? E por qual motivo esse nome pertence a ela?

Estava ele, esperando para uma nova reunião com o setor financeiro, um a um, os acionistas foram adentrando e sentando-se. John havia convocado uma reunião, após ter percebido um erro nas contas e um grande erro.

Todos os acionistas estavam na mesa, junto de Aires e John que após uma saudação de Aires, tomou a palavra.

- Estamos aqui com um único objetivo e serei direto. Apenas lembrando que não é uma acusação, apenas um informe e quem tiver informações, por favor nos passe, somos uma equipe, certo? - Todos afirmaram confusos.

- Pois bem, como todos sabemos, que a cada ano, fazemos um fechamento de gastos e lucros. Notei há pelo menos alguns meses, mas agora posso ver que houve um furo nos rendimentos de George Vistovo.

- Explique melhor, John. - Aires disse preocupado.

- Depois da Morte do Sr. Vistovo, fazendo fechamentos de contas, notei que algumas não batiam, gostaria de ter certeza e por isso tomei a iniciativa de saber sobre o testamento que ele havia escrito e me aprofundar no que foi ofertado. E é com pesar que afirmo, que cinquenta por cento dos fundos que George Vistovo obteve, sumiram. - Ele diz com pesar fazendo todos na mesa suspirar em um susto.

- O que? Como pode isso? - Aires levantou-se em um ímpeto, disfarçando, foi a adega, tomando para si, uma dose de uísque.

- É o que os senhores ouviram, além disso, como responsável pelo setor financeiro, tenho poder de ir ao banco e tenho aqui copias de documentos das propriedades de George, aqui anos antes, consta seis escrituras de propriedades, registradas em poder do banco.
Entretanto, após sua morte, após a conferência de dados, apenas três escrituras estão sob poder do banco.
Sendo a propriedade do Sr. Aires Caperini e duas da Senhora Vistovo.
O que resta saber é o que aconteceu.

- Parando para pensar...- Aires iniciou - os valores do testamento não batem com o patrimônio dele, no momento estava absorto e atônito, mas pensando melhor, havia a falta de metade do seu patrimônio. Porém ele nunca havia falado nada, eu mesmo juro que não sei de nada. - Aires ergueu as mãos como um rendimento.

- É compreensível dado ao momento, não corremos risco de falência, mas pensem é metade do patrimônio. Segundo o banco, há registros desse patrimônio, mas não ficava com o banco e sim com próprio George Vistovo, no cofre da empresa, mas após conferido, o valor não está lá. Como procedemos? - John mirou Aires.

- Bom, o que nos resta é investigar, querendo ou não é de um bom patrimônio, onde podíamos fazer investimentos e até a abertura de uma nova filial. Acredito em todos aqui e quero ter esperança que quem o roubou não esteja nesta mesa, sempre fomos amigos e confio em cada um de vocês. Mas se alguém quiser dizer algo ou sabe de algo poderemos resolver aqui e com calma.

- E se o próprio George o tirou? Afinal apenas ele sabia a senha do cofre, não? - Marta, uma das primeiras acionistas indagou.

- De fato, porém é um cofre antigo, qualquer um pode tentar e acertar a senha, não quero inquisitar um roubo, mas talvez tenha acontecido e com isso, teríamos um ladrão entre nos. - John ponderou.

- Entendo, eu digo isso, pois George e eu sempre fomos amigos e eu nunca tive acesso a senha, além disso, antes do mesmo ter que repousar em casa, ele estava bem estranho, escrevia cartas e parecia... Aéreo? Bom, pensativo. Lembro bem que até questionou-me como era ter uma filha...- Marta disse pensativa e a mente de Aires fervilhou....Mariel.

- Diga-me John. O que poderemos fazer se for George que o retirou? - Aires disse pensativo.

- Veja bem, precisaremos registrar, o direcionamento deste dinheiro, pois é de fato uma quantia grande...segundo meus cálculos, são quinhentos mil libras, metade do patrimônio sem contar o lucro que obtemos todos os dias. Precisamos contabilizar, compreende? - John indagou e Aires assentiu pensando.

Será que Mariel? Será que ela sabe? Possui tudo? E eu não sei? Mas como ela recebeu? O que aconteceu que eu não sei?

MarielWhere stories live. Discover now