Mariel

18

- Agave? - Sussurrou Mariel

- Sim? - Sussurrou ele concentrado olhando as estrelas.

- O que você é? - Sussurrou Mariel olhando-o por cima e voltando a observar o céu estrelado.

Agave observou ao redor. Estavam sobre um rocha, em meio a uma linda praia, as ondas batiam sobre a rocha trazendo frescor. Um vento leve balançava os cabelos de Mariel que estava com a cabeça em seu colo.

Mariel usava um vestido curto, leve e florido em tom vinho, as flores eram amarelas, rodado que ao vento faziam suas pernas torneadas aparecem, descalça como sempre, ela brincava com os pés sobre a rocha.

Agave olhou para si, estava deitado sobre a rocha e usava uma calça de tecido leve, cinza, uma camisa branca, que estava sendo um apoio para que Mariel se sentasse. A brisa marítima lhe proporcionava arrepios e pequenas cócegas em suas costas.

- Sou seu amigo, Mariel. Seu ouvinte, confidente, o que quiseres que eu seja, eu serei. - Ele sussurrou com um sorriso.

- Tudo isso? - Ela sussurrou com um sorriso, o olhando por cima.

- E o que mais quiser - Ele sorriu acarinhando os cabelos dela.

- Até quando estiver em perigo e precisar de ajuda? - Ela o olhou atenta.

- Farei o que puder para te ajudar, darei conselhos e cuidarei de você até onde for possível. - Sorriu segurando a mão dela.

- Como me vês? - Sussurrou em sorriso.

- Explique - Ele sorriu olhando as estrelas.

- Você é mais velho - Ela sorriu - como me vês?

- Sou dois anos mais velho, não é tanto - ele bagunça os cabelos dela em risadas - você é bonita e espontânea...- Diz tímido.

- O que mudaria em mim? - Sussurrou tímida.

Agave sentiu-se surpreso com a pergunta, olhou ao redor e notou que não sabia o que responder. Pensou sobre como passaram o dia e nas reações de Mariel, o que mudaria?

Pensou que chegaram cedo, tomaram banho de mar, brincaram na água, na areia, sorriu ao lembrar como ela demorou para entrar no mar, como tinha medo e fugia frequentemente, os cabelos nos olhos o fazia ajeita-los em todo instante.

- Nada mudaria em ti, gosto de como eres. - Sorriu beijando o dorso da mão.

Ela virou, ficando de frente para ele, com um sorriso, apoiando-se sobre o peito dele.

- Mesmo? - Sorriu - E segredos? Posso lhe contar os meus? E você contaria os teus?

Sorrindo, Agave a trouxe para perto, abraçando-a, sem deixar de observa-la. Ele havia adquirido muito apreço por Mariel.

- Me conte os seus e eu lhe contarei todos os meus. - ele recitou em risadas.

- Todos? - Ela sorriu.

- Todos! - Ele sorriu, beijando a testa dela como um sinal de carinho.

- Por quê me tratas assim? Com tanto...Carinho? - ela o mirava aos olhos, curiosa.

- Não gosta? Tenho certo apreço, sinto imensa vontade de cuidarte e tento fazê-lo - Sussurrou sincero.

- Gosto...- Ela sussurrou, virando para o céu e pendendo sua visão às estrelas

Agave sorriu pensativo, abraçando-a e voltando o olhar para as estrelas.

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Aires furioso entrava em casa, com os punhos cerrados e o suor escorrendo pela testa, era o início da noite e queria ao máximo se acalmar. Mesmo que misteriosamente não conseguia.

Respirou fundo, olhando ao redor, notou alguém debaixo da árvore mais próxima da propriedade. A pessoa se mexia, usava um longo vestido escuro, como o breu de seu luto.

- Mariel? - Ele se assustou com a calma que proferiu. A mirou, notando como ela tremia, olhou ao redor e estava uma noite quente, não havia motivos para sentir frio.

Aproximou-se com cuidado, percebeu um fio de suor escorrendo por sua testa, tocou em seu rosto notando a forte febre. Suspirou, olhando ao redor.

- O que você faz aqui? - Sussurrou a erguendo no colo.

- Magda?! - Ele disse ao entrar no hall da sala.

Magda e Loreta apareceram, fazendo Aires piscar nervoso o que ela fazia aqui?

- Oh! Ela dormiu - Sorriu Loreta, aproximando-se, ignorando Aires e pegando Mariel em seu colo.

- Febre? - ela verificou de imediato.

- De novo? - Sussurrou Magda e Loreta a olhou com semblante assustado.

- Como assim de novo? Desde quando ela voltou com a febre? - Balbuciou nervosa.

- Tem um mês mais ou menos - Magda calculou.

- Voltou? - Aires Sussurrou mas Loreta o ignorou, subindo com Mariel ao quarto dela.

- De novo não, por favor não! - Loreta sussurrava subindo e entrando no quarto com Mariel.

Com cuidado, ela deitou Mariel na cama, tocando em sua testa sentindo o calor febril.

- Por que? - Sussurrou agitada - Não posso te perder de novo, Mari. - Sussurrou.

Olhou ao redor do quarto, procurando papel, pensou em seu amigo, que havia ajudado outra vez. Precisava de ajuda e de muita ajuda.

Você disse que a febre não voltaria.
Ela voltou.
Piperia - Propriedade de Aires Caperini.

L.R

Com pressa, implorou para Magda enviar, logo tudo se acalmaria, ela queria acreditar nisso, mas tinha medo, poderia ser tarde demais...