Capítulo 1 - Tentando preencher o vazio

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"Estar sempre ocupado é a forma mais simples de não encarar o grande vazio existencial que existe dentro de nós..."
Eduardo Volpato

Sentada neste bar, conversando com meus amigos, sendo social e tentando parecer interessada no assunto.

-Helena, terra chamando - Reparo que todos na mesa olhavam embasbacado para mim.

Respiro fundo e com um sutil sorriso no rosto respondo: - Oi Amado! Desculpem estava distraída.

- Percebemos, mas enfim, Helena saindo daqui iremos ao pub dançar. (Sorriso perverso estava estampado no rosto de meu melhor amigo Cláudio)

Devolvo o sorriso na mesma proporção, afinal preciso de algo que me puxe deste vazio para uma realidade, me tire um sorriso verdadeiro e um desejo real, não apenas supérfluo.

- Saideira então amado! - afirmo com toda convicção possível.

Terminamos de beber, pagamos a conta e começamos a andar.

-Amado, vamos em qual pub hoje?

-Amiga, depende do que irá querer! (Sorriso diabólico estampado no rosto).

-Gosto de gente, mas hoje pode ser os dois gêneros. Seja qual for será lucro e se for os dois, melhor ainda!

- Essa é minha Helena, vamos arrasar!

Chegamos no pub, ambiente escuro e com música eletrônica. Pegamos mais bebidas e logo encontramos mais alguns amigos, Cláudio já começou a olhar por todos os cantos do bar e ver quem poderia ser o seu alvo da noite. Eu fingia estar interessada e comecei a dançar, de forma leve e provocante.
Uma garota ruiva estava aos beijos com um rapaz de porte físico aceitável e pelo que vejo são um casal.
Começo a olhar para garota de forma provocante e ela retribui, por que não? Hoje posso andar de triciclo (meus pensamentos perversos e sem vida dominam), ótimo para me distrair esta noite e ignorar a hipocrisia da vida.

Dançando me aproximo do casal, - Oi, meu nome é Helena e o de vocês?

- Sou Julia e ele é André!

- Que nome lindo e sedutor o seu, posso dançar com vocês?

E logo comecei a dançar junto aos dois, ora seduzindo Julia e ora provocando André. Ambos estavam gostando e eu não perderia a oportunidade.

André foi buscar outra bebida e fiquei ali dançando com Julia. -Julia, queria tanto te beijar!

-Helena, vem! Não tenho que dize...

Não dei tempo para que a frase fosse terminada e logo ataquei sua boca com vontade e ferocidade, mostrando todo meu desejo.
Ela retribuia o beijo e nossas línguas dançavam em uma sincronia perfeita e sobrando leves gemidos pelo beijo, fomos interrompidas quando uma mão tocou meu ombro e ao olhar vi que era André, não esperei resposta e o puxei para um beijo com toda vontade que tinha, intercalando o beijo entre os dois e em ritmo de desejo.
Paramos o beijo e vimos vários olhares sobre nós.

- Vamos para outro lugar? - (propus)

Nem precisei de resposta, os dois me puxaram pelo braço e só me deu tempo de lançar um beijinho no ar para meu melhor amigo.
Pegamos um táxi em direção ao meu apartamento.
Ao chegar subimos de elevador e já nos atacando com mãos bobas e beijos ferozes.
-Ah, chegamos! - Foi tudo que consegui dizer, pois aí abrir a porta do apartamento já fomos nos despindo, deixando roupas para todo lado. Naquele momento as paredes da sala eram nossas testemunhas e a janela que refletia a luz do luar era nossa única iluminação.

VazioOnde histórias criam vida. Descubra agora